Educação Financeira para Estudantes Reduzindo Utilização de Empréstimos com Juros mais Altos – CONEF/BACEN/CVM/AEF

Educação Financeira para Estudantes Reduzindo Utilização de Empréstimos com Juros mais Altos – CONEF/BACEN/CVM/AEF

Caras/os Leitoras/es

Com o objetivo de mensurar as implicações de longo prazo de uma intervenção de educação financeira para estudantes de escolas públicas, cujos primeiros resultados estão descritos no estudo publicado pelo BACEN (https://www.bcb.gov.br/conteudo/relatorioinflacao/EstudosEspeciais/EE082_Efeitos_de_longo_prazo_da_educacao_financeira_em_escolas_brasileiras_evidencias_de_acao_educacional_de_2010-2011.pdf) o Comitê Nacional de Educação Financeira (CONEF) constituiu no ano de 2017, grupo de trabalho com integrantes da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), do Banco Central do Brasil (BACEN) e da Associação de Educação Financeira do Brasil (AEF).

Este estudo está em  linha com o que ocorre diversos países (África do Sul, Austrália, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Estônia, França, Hong Kong, Indonésia, Irlanda, Japão, Letônia, Líbano, Malásia, Nova Zelândia, Países Baixos, Peru, Portugal, Reino Unido, República Checa, Rússia, Singapura e Tailândia), segundo a  OECD/INFE (2015) e também a educação financeira nas escolas tem recebido grande atenção no Brasil, ou seja, ela faz parte, forma optativa e transversal, da nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que entrou em vigor em 2020 para o ensino fundamental e em 2022 para o ensino médio. Segundo o estudo: “Essa via de disseminação busca aproveitar uma fase da vida em que os hábitos financeiros ainda estão começando a serem formados, e na qual o público está particularmente receptivo ao aprendizado em geral. Além disso, é razoável supor que, de posse desses conhecimentos, os jovens possam tomar melhores decisões quando iniciarem suas vidas financeira e profissional, obtendo benefícios ao longo de todo o ciclo de vida.”

Como resultados, o estudo identificou: “O grupo que recebeu o ensino de educação financeira utilizou sistematicamente menos essas modalidades de crédito. Os indivíduos desse grupo tiveram uma probabilidade média de uso do cheque especial (conforme Gráfico 2a), no período entre junho de 2016 e dezembro de 2019, 0,99 p.p. inferior à do grupo de controle, correspondendo a uma utilização 9,03% menor (calculado sobre uma base de 10,95%). No rotativo de cartão de crédito (conforme Gráfico 3a), esse efeito foi de uso 1,55 p.p. menor (6,75% menor, sobre uma base de 22,98%). Essa evidência de menor utilização das modalidades mais caras de crédito – cheque especial e rotativo – sugere que a ação de educação financeira foi bem-sucedida, mesmo com relação ao uso do crédito, para o qual os resultados de curto prazo indicaram necessidade de cautela. Além disso, o uso de cartões de crédito para compras foi 1,95 p.p. menor no grupo tratamento (5,73% menor, sobre uma base de 34,01%).”

Notem a importância da Educação Financeira ensinada desde criança/adolescente, com certeza, quando implementada em todas as escolas, teremos adultos mais conscientes na utilização do crédito e, consequentemente, pessoas mais equilibradas financeiramente.

No próximo post, apresento mais resultados e esclarecimentos deste estudo publicado pelo BACEN.

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