Os seus candidatos à eleição de outubro tem compromisso com o controle inflacionário?

Os seus candidatos à eleição de outubro tem compromisso com o controle inflacionário?

Caras(os) Leitoras(es),

O Brasil viveu um período de inflação alta/hiperinflação e, consequentemente, o povo Brasileiro suportou durante muitos anos, notadamente antes de 1994 (ano de implantação do plano de estabilização econômica denominado “Plano Real”) situação bem parecida com a que vive atualmente nossa vizinha Venezuela. 

É importante recordar, para quem não se lembra ou mesmo não estava em idade suficiente para compreender, que o povo brasileiro sofria diariamente desse mal, ou seja, com a inflação alta/hiperinflação, que é o processo responsável pelo aumento frenético e diário de mercadorias, de ativos e de serviços (casas, apartamentos, terrenos, carros, serviços pessoais, etc.), além da perda vertiginosa do poder de compra do dinheiro, seja aquele na carteira ou depositado na conta corrente dos bancos.

Para se ter uma ideia, considerando o último dia útil de cada ano, em 1988 a  moeda brasileira era Cruzado, em 1989 passou para Cruzado Novo, em 1990 transformou-se em Cruzeiro, em 1993 mudou para Cruzeiro Real e somente em 1994 que ela passou a ser denominada Real, moeda que completou 24 anos sem mudança em julho de 2018.

Naquele período do Brasil, eu trabalhava em uma instituição financeira e cheguei a financiar para um cliente um bem de 2.368.000.000,00 (isso mesmo 2,368 bilhões) de cruzados novos em julho de 1993, um mês antes da troca de Cruzado Novo para Cruzeiro (quando foram cortados 6 zeros de nossa moeda). Esse bem era um “pequeno trator”.

Vejam, foram necessárias mais de duas décadas para que a sociedade brasileira perdesse a cultura da hiperinflação e começasse a planejar em prazo um pouco mais longo.

Na foto de destaque do post está retratada as pilhas de bolívares venezuelanos em relação a produtos, tirada pelo fotógrafo da agência de notícias Reuters, Carlos Garcia Rawlins. Artigos básicos de higiene e alimentação necessitam de quantidades inimagináveis de bolívares para comprá-los: um rolo de papel higiênico por 2.600.000 bolívares; um pacote de arroz por 2.500.000; um quilo de tomate por 5.000.000; e um quilo de carne por 9.500.000.

Portanto, se seus candidatos na próxima eleição, presidente, senadores, deputados federais, não tiverem um compromisso muito sério com o controle da inflação (inclusive com outros graves problemas que passamos que também são importantíssimos), tenha muito cuidado, pois se a crise está afetando duramente o bolso de todos os brasileiros, imaginem se voltar a hiperinflação, com certeza seriam necessários muitos anos para o Brasil se reorganizar novamente.

Na próxima semana, apresento novo assunto.

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