Porque as empresas lançam (vendem) ações no mercado?

Porque as empresas lançam (vendem) ações no mercado?

Caras(os) Leitoras(es),

As empresas bem estruturadas, com mecanismos de governança corporativa/auditoria interna implementados, controle externo (auditores independentes) e departamentos de contabilidade/controladoria atuantes, teoricamente, estão aptas a lançar/vender ações no mercado.

Por exemplo,  de forma simples e didática: supõe-se que uma indústria ou cadeia de lojas de departamentos ou mesmo uma rede de restaurantes, desejam realizar  expansão (abrir mais lojas ou implantar novas fábricas), tem-se algumas alternativas:

a)   Utilizar recursos próprios, caso tenham formado uma reserva (poupança) com os lucros auferidos ao longo dos anos;

b)   Tomar emprestado dos bancos ou do BNDES, ou mesmo, de outros agentes de fomento (bancos/agências de desenvolvimento estaduais);

c) Lançar/Vender Debêntures (Segundo a BMFBOVESPA- https://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/produtos/listados-a-vista-e-derivativos/renda-fixa-privada-e-publica/debentures.htm debêntures são títulos de dívida de médio e longo prazo emitidos por sociedades por ações, que conferem ao debenturista (detentor do título) um direito de crédito contra a emissora. No Brasil, as debêntures constituem uma das formas mais antigas de captação de recursos por meio de títulos. A origem de sua regulamentação remonta à época do Império (Lei n.º 3.150 e Decreto n.º 8.821, ambos de 1882).

d)   Lançar/Vender ações ao público em geral ou a investidores institucionais (bancos, seguradoras, fundos de pensão, etc.).

Há uma alternativa melhor?

Caso seja uma empresa estruturada, sem dúvida alguma, o lançamento/venda de ações é a alternativa mais adequada, ou seja, a empresa que lança/vende ações não precisa pagar juros e não tem exigibilidade sobre o montante arrecadado (quando a pessoa física ou investidor compra a ação, este para reaver seu dinheiro terá que negociá-la com terceiros e não devolver para a empresa que vendeu).

No Brasil é obrigatório por lei a distribuição de 25% dos lucros, esta variável deve ser considerada pois as empresas são exigidas a distribuir dividendos, porém se não houver lucro não há  dividendos.

Então para a empresa que obtêm recursos por meio do lançamento/venda de ações é uma maravilha, não precisa prestar contas?

Não é bem assim, há vários órgãos que protegem o direito dos acionistas, tanto aqueles minoritários (com poucas ações ou apenas uma), quanto os grandes investidores, preponderantemente, esta função é desenvolvida pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Entretanto, as atitudes dos governos estão intimamente ligadas ao desempenho do mercado acionário e, principalmente com a saúde financeira das empresas. Quanto mais intervençãosuja” (intervir em situações que a atuação requereria simplesmente regulação) dos governos, piores serão as perspectivas de futuro.

Um exemplo bastante emblemático de regulação, em vez de intervenção, era nosso sistema financeiro. Quem não se recorda das grandes quebras de bancos (Auxiliar, Bandeirantes, Comind, Econômico, Estaduais, Nacional, Panamericano, Santos, etc). O governo vivia intervindo e saneando os bancos, porém a partir da implantação do novo Sistema de Pagamentos Brasileiros (SPB), o Banco Central do Brasil (BACEN) controla todo o sistema financeiro, e depois da sua implantação em 2002, poucos bancos quebraram e o Brasil nunca mais passou por uma crise bancária. Este é um exemplo de como o governo pode ajudar quando executa sua função de regulador e não interventor, pois geralmente quando atua diretamente no mercado, há uma grande chance de “fazer muita bobagem ou gastar muito”, ou as duas situações ao mesmo tempo.

O momento atual é bom para investir em ações?

Respondo as perguntas no próximo post.

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