Segundo Post - Canais de Acesso e Pagamentos do Varejo - Dados estatísticos 2012 do BACEN

Segundo Post - Canais de Acesso e Pagamentos do Varejo - Dados estatísticos 2012 do BACEN

Caras/os Leitoras/es, 

Na semana passada foram apresentadas estatísticas da utilização dos canais de acesso a transações de pagamentos. Neste post será a vez dos instrumentos de pagamentos (cheque, cartões de crédito e débito, débito direto e transferências de crédito) nos diversos canais.

Quando analisa-se a quantidade de transações (Tabela 1), nota-se que a emissão de cheques vem reduzindo ao longo dos anos, de 2006 a 2012 (sete anos), passou de 2,21 bilhões de documentos para 1,43 bilhões de documentos uma redução de aproximadamente 35%. Porém houve uma explosão na utilização dos cartões de débito (190%), cartões de crédito (147%) e débito direto (contas debitas em conta tipo água, luz , telefone), com 741%, considerando o mesmo período (2006 a 2012). 

No caso das transferências de crédito (exclusivamente TED – Transferência Eletrônica Disponível), o aumento foi de 71%, porém este é o instrumento mais utilizado com 9,01 bilhões de transações/documentos. Diga-se de passagem, quando da implantação do Novo Sistema de Pagamentos Brasileiro – SPB em 2002, o valor mínimo para TED era de R$ 5 mil, passou para R$ 3 mil em 2011 e atualmente está em R$ 1 mil, ou seja, a TED está gradativamente substituindo o antigo DOC (Documento Compensável), cuja diferença é que a TED demora cerca de 30 minutos para “cair” na conta do favorecido e o DOCcai” no dia seguinte

Tabela 1-Uso Instrumentos de Pagamento-Quantidade Transações(milhões)1

Ano

Cheque

Cartão de
Débito

Cartão de
Crédito

Débito
Direto
2

Transferência
de Crédito

2006

2.210

1.428

1.814

518

5.261

2007

1.999

1.714

2.164

543

5.954

2008

1.963

2.136

2.546

569

6.651

2009

1.803

2.445

2.816

4.263

7.158

2010

1.675

2.948

3.328

3.584

7.717

2011

1.590

3.508

3.854

4.135

8.443

2012

1.438

4.129

4.494

4.358

9.013

Fonte: Banco Central do Brasil e bancos.

1 Inclusive transferência de crédito, débito direto e cheques sem liquidação interbancária.

2 A partir de 2009 inclui as operações em que as instituições financeiras são as beneficiárias dos pagamentos.

Quanto ao volume financeiro transacionado do somatório dos instrumentos de pagamento temos: o montante movimentado em cheques cresceu, de 2006 a 2012, aproximadamente 36% (movimento atual de R$ 2,844 trilhões), cartão de débito cresceu 253% (atualmente movimenta R$ 237 bilhões), cartão de crédito com 220% de aumento (R$ 468 bilhões de movimento em 2012), o volume em débito direto “disparou”, aumento de 8.378% (atualmente movimenta R$ 7,79 trilhões) e o movimento das transferências de crédito também tiveram um relevante crescimento de 197% (movimento atual de R$ 27,9 trilhões), ou seja, o movimento deste instrumento é quase três vezes a soma do movimento dos demais instrumentos de pagamento.

Tabela 2-Uso Instrumentos de Pagamento-Valor das Transações(R$ bilhões)1

Ano

Cheque

Cartão de
Débito

Cartão de
Crédito

Débito
Direto
2

Transferência
de Crédito

2006

2.081

67

146

93

9.416

2007

2.192

84

182

111

14.215

2008

2.554

107

220

133

18.161

2009

2.502

128

264

5.082

18.559

2010

2.691

159

334

5.490

20.665

2011

2.786

196

403

5.846

23.439

2012

2.844

237

468

7.793

27.957

Fonte: Banco Central do Brasil e bancos.

1 Inclusive transferência de crédito, débito direto e cheques sem liquidação interbancária.

2 A partir de 2009 inclui as operações em que as instituições financeiras são as beneficiárias dos pagamentos.

Vejam, ao longo dos últimos sete anos nossa sociedade vem migrando de instrumentos de pagamento “em papel” (cheque e DOC) para meios eletrônicos (cartões de débito/crédito, débito direto e transferências de crédito). Além do caráter da praticidade, os meios eletrônicos proporcionam ao comércio e indústria em geral uma redução da inadimplência, maior agilidade na aprovação das transações e redução de custos com controles.

O ideal será que além da melhor performance para o comércio/indústria, os governos (federal, estadual e municipal) consigam transformar essa migração em combate a sonegação fiscal pela identificação do volume transacionado em relação aos compradores e vendedores.

A justiça fiscal somente será implantada quando todos pagarem impostos e com certeza reduzirá a carga tributária individual. 

No próximo post, apresento novas estatísticas e esclarecimentos sobre o assunto.

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