Literatura cigana

Literatura cigana

Cezar Augusto da Silva Batista, escritor

A história do povo cigano é antiga. Falam em cerca de mil anos, envolta em mistérios, lutas, dificuldades e perseguições. Em verdade, são uma raça como qualquer outra, com suas características próprias, que muitas vezes levam ao preconceito, ao receio e insuflam a imaginação, a fantasia. Muitos homens de origem cigana atingiram e ocupam, ou ocuparam, grandes postos na política, nas artes, no jornalismo, na ciência, enfim, em todas as áreas do conhecimento humano, no mundo todo. Citando apenas alguns mais conhecidos: Charles Chaplin, Elvis Presley, Juscelino Kubitschek, Michael Caine, Washington Luís.

Falando especificamente de literatura, foi no século XX que autores ciganos começaram a escrever nos idiomas dos países em que viviam. Hoje é extenso o número de obras e textos, tanto ficcionais quanto reais, a respeito do povo cigano. Versam sobre bruxaria, cartomancia, espiritualidade, magia, paixões avassaladoras, quiromancia. Contudo, vamos focar nossa atenção em algumas personalidades ciganas na literatura:

Jerônimo Guimarães (Brasil - desconhecido/1897), do ramo Calon.

Antônio Frederico de Castro Alves (Brasil - 1847/1871), cigano Calon.

Federico García Lorca (Espanha - 1898/1936).

Cecília Benevides de Carvalho Meireles (Brasil – 1901/1964), cigana do ramo Calon.

Elena Lacková (Eslováquia - 1921/2003), primeira menina cigana a se formar na Universidade de Praga.

Valdemar Kalinin (Bielorússia - 1941), escritor contemporâneo, partidário da Escola Literária Russo-Romani.

Veijo Baltzar (Finlândia - 1942), primeiro cigano a publicar um livro sobre a cultura cigana em seu país.

Alija Krasnici (Sérvia - 1952), é um dos poucos autores que escreve prosa em romani, elaborou, inclusive, um dicionário nesse idioma.

Olga Pankova (Rússia - 1911/1983). Autora do primeiro trabalho literário romani escrito por uma mulher.

Compartilhar: