Luiz Puntel

Luiz Puntel

Tendo a irreverência como característica, Luiz Puntel gosta de se definir como “um professor de português que escreveu alguns livros”

Tendo a irreverência como característica, Luiz Puntel gosta de se definir como “um professor de português que escreveu alguns livros”. Formado em letras há 40 anos, já foi office boy, escriturário, assistente social e bancário, antes de se dedicar exclusivamente às letras, sua paixão. Foi assim que passou de cronista de jornais a escritor. Seu primeiro trabalho, “Não aguento mais esse regime”, foi publicado pela Editora Ática. Dessa parceria surgiram vários livros da Vaga-lume, série iniciada nos anos 70 e que, há pouco, reeditou dez títulos que marcaram a adolescência de milhares de adultos. Entre tais obras está “Açúcar Amargo”, que narra a greve dos boias-frias, ocorrida na região.

Divagações literárias 


“Trinta anos? Deixeu-ver! Em linguagem matemática, deixeu-fazer contas! Multiplicando cinco vezes três, sobe um, desce quatro, corta o zero, noves fora... Trintanos?  Se a gente encarreirar um dia na frente do outro, contando os dias de gala, de glória, de folga, de férias, ainda sobram muitos dias de trabalho na soma desses dias! Agora, em linguagens outras, sem a metrificação dos olhos na ponta do lápis, deixeu-não-fazer contas, deixeu-desfazer números, porque não dá para somar as histórias que aqui foram contadas todas as semanas; não dá para mensurar os planos aqui projetados todos os meses; não dá para encarreirar quantas matérias foram aqui datilografadas todos os anos; não dá para botar em carreirinha de anos quantas fitas de máquina de escrever e quantas teclas foram digitadas no computador. Não dá para mensurar trintanos. Brindemos à Revide, que, entra ano e sai ano, brinda-nos com seu olhar ribeirãopretano! Vixi, que rima pobre pruma revista tão rica, sô!”

Luiz Puntel, professor e escritor

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