Os avanços da cirurgia robótica
Iniciadas há dois anos em Ribeirão Preto, cirurgias robóticas elevam a qualidade da assistência médica na cidade

Os avanços da cirurgia robótica

Dois anos depois da inauguração no Hospital São Lucas, o Da Vinci já foi utilizado para mais de 300 operações

O Hospital São Lucas anunciava, há dois anos, a tão aguardada chegada do robô Da Vinci. As duas primeiras cirurgias robóticas realizadas em hospital privado de Ribeirão Preto e região aconteceram no dia 27 de junho de 2019. Um dos pacientes, de 65 anos, tratava um câncer de próstata. Teve alta em 48 horas e apresentou excelente recuperação. O processo pós-operatório foi acelerado em até cinco vezes. O segundo, um paciente de 44 anos acometido pelo mesmo problema, teve alta 36 horas após o procedimento e uma recuperação sem qualquer intercorrência.

De lá para cá, essa tecnologia — uma das mais modernas e inovadoras disponíveis, vem mostrando todo o seu potencial. “Fizemos um altíssimo investimento, não só na aquisição do robô em si e de todos os instrumentos necessários, mas no preparo da infraestrutura e na capacitação dos profissionais para que as intervenções ocorressem com a excelência característica dos serviços que prestamos. Sabíamos que esse equipamento elevaria significativamente o nível de qualidade da assistência médica disponível aqui na cidade e na região, certeza essa que vem se confirmando a cada dia”, ressalta o médico Dr. Pedro Palocci, presidente do Grupo São Lucas.

Os procedimentos iniciais foram na área de Urologia e alcançaram ótimos resultados. No caso da Prostatectomia, por exemplo, o risco de o paciente sofrer alguma sequela é bem menor. Para se ter uma ideia, mais de 85% dos pacientes recuperam a ereção e o número de casos de incontinência urinária cai para 2% após a cirurgia. No dia 14 de setembro, o hospital promoveu a primeira cirurgia robótica em criança do interior do Estado de São Paulo. O procedimento cirúrgico reconstrutivo corrigiu uma Estenose da Junção Ureteropiélica (Estenose da JUP), uma das principais causas de obstrução renal na infância. A paciente de quatro anos, do sexo feminino, apresentava dilatação do rim identificada desde o acompanhamento pré-natal (Hidronefrose Antenatal), intensificada após o nascimento.

Submetida ao procedimento com o auxílio do robô Da Vinci, que durou pouco mais de duas horas, a criança apresentou uma ótima evolução, recebendo alta hospitalar 24 horas após a intervenção.

Em dezembro, mais uma especialidade foi contemplada com a primeira cirurgia de câncer de pulmão robótica (Lobectomia Pulmonar por Robótica) do interior do Estado, realizada em um paciente com 70 anos. Em outubro de 2020, o repertório foi ampliado com a execução da primeira cirurgia gastrointestinal por robótica. A paciente, uma mulher de 39 anos, diabética e hipertensa, com obesidade grau III, foi submetida a correção de hérnia complexa de parede abdominal ventral. Ela já tinha sido operada do mesmo problema por videolaparoscopia há um ano, com recidiva. No dia 4 de maio de 2021, aconteceu a primeira Nefrectomia Robótica em criança no interior. O paciente, um menino de três anos, nasceu prematuro com uma alteração congênita chamada estenose, que é o estreitamento de junção ureteropiélica.  O estreitamento do canal renal determinou a perda do rim. A criança foi submetida ao procedimento de extração do órgão, com o auxílio do Da Vinci.

Desde a implantação do serviço até hoje, já foram realizadas 329 cirurgias robóticas na instituição, em várias especialidades médicas. “Estamos muito felizes com todo o avanço que conquistamos ao longo da nossa trajetória, especialmente nesses últimos dois anos. Celebramos a vinda do robô, que é fruto de muito empenho de todos os envolvidos, e olhamos para o futuro, em busca de mais técnicas que façam a diferença na vida dos nossos profissionais e pacientes”, finaliza Dr. Pedro.

Sobre o Da Vinci

O robô tem quatro “braços”: um deles oferece a fonte de luz e os outros três, os bisturis e demais equipamentos necessários. São esses instrumentos que mudam de cirurgia para cirurgia. Todas, porém, são conduzidas por um médico preparado para isso, comandando as ações em um console, sempre assessorado por uma equipe especializada. O Da Vinci aumenta a performance do cirurgião, pois propicia melhores movimentos durante o procedimento, chegando a 360° de rotação, elimina tremores das mãos e possibilita uma atuação mais precisa devido às imagens Full HD em 3D, que permitem ao médico avaliar melhor a anatomia dos vasos e das estruturas a serem operadas. A cirurgia robótica maximiza as taxas de cura, reduz o sangramento em até 80% e minimiza consideravelmente as sequelas, além de proporcionar a recuperação das funções vitais 40% mais rápido.

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