Um laço para toda a vida

Um laço para toda a vida

Na construção do relacionamento entre pais e filhos, as brincadeiras ajudam a estreitar a via de ensino e de aprendizado

Encarar a missão de ser pai não é nada fácil. É preciso lembrar, antes de mais nada, que este é um caminho sem volta, que demanda extrema dedicação e que faz com que o eixo da própria vida mude definitivamente. Isso porque, a partir do momento em que há outro ser humano que depende das suas ações para sobreviver — pelo menos até certo momento da vida — é impossível não rever os conceitos internos e reavaliar o sentido das próprias escolhas.

A paternidade, no entanto, é uma concepção em constante transformação — como a própria sociedade. Foi a partir do século XIX que a figura do pai começou a ganhar novos contornos que não apenas a representação de um ser soberano, cuja autoridade estava acima, inclusive, da política e da religião. Isso porque foi naquele centenário que os direitos da criança, em função de seu interesse e bem estar, começaram a tomar forma. Os pais passaram, então, a ter, além de direitos sobre os membros da família, por exigência do Estado, deveres a cumprir. Em dado momento, a eles foi designado o papel de mantenedor e responsável pelo conforto da família, sem grande participação na vida prática dos filhos.

A figura paterna, no entanto, foi sendo modificada pelos novos tempos. À medida que as mães começaram a desempenhar outros papéis, saindo para trabalhar, por exemplo, e dividindo com a escola a responsabilidade pela educação dos filhos, os pais passaram a assumir outras atribuições. Tais mudanças foram ocorrendo durante todo o século XX e seguem em curso em pleno século XXI. 

No mundo contemporâneo, já não são raros os pais que compartilham com as mães as responsabilidades antes designadas apenas a elas. Já é possível vê-los com certa frequência, também, envolvidos nos cuidados práticos dos quais dependem os filhos desde o nascimento, como dar banho, trocar a fralda e preparar as refeições. Também não é difícil encontrar, hoje em dia, pais que se dedicam à educação dos pequenos propriamente dita, nos mais diversos sentidos — não mais apenas na forma da autoridade absoluta. 

Dá para afirmar, então, que não existe um modelo absoluto de paternidade. Mais do que nunca, o mundo contemporâneo comporta os mais diversos perfis de homens em busca de garantir o desenvolvimento de seus filhos em sua plenitude. 
Eles podem tudo: trocar fralda, dar banho, levar ou buscar da escola, fazer a lição, colocar para dormir. Podem, ainda, dar bronca, dar carinho, dar presente. Eles podem, inclusive, brincar e se divertir ao lado dos pequenos. Ainda que não tenham muitas horas livres para dedicar aos filhos — em função do trabalho ou de outra razão qualquer — vale a pena reservar um tempo para os momentos de lazer ao lado das crianças. Diversas pesquisas já demonstraram que mais vale a qualidade do período que se passa junto do que a quantidade. Também já se sabe que muito se aprende durante as brincadeiras ou no tempo dedicado ao ócio ao lado dos filhos. 

Os personagens principais

Um estudo norte-americano analisou 200 livros infantis para avaliar a presença dos pais (e das mães) nas histórias utilizadas durante os anos de formação da criança. A conclusão dos pesquisadores foi de que, nesse contexto, não há muito espaço para eles. Quando aparecia, o pai era frequentemente representado como uma figura ausente ou ineficaz no exercício de suas funções. Esses enredos, no entanto, já começaram a ser revistos para acompanhar, mais uma vez, as mudanças em curso. Os pais já podem, e devem, ser representados como seres mais sensíveis e interessados em participar da vida dos filhos nos mais variados sentidos. 

Pelo menos essa é a conclusão a que chegou a equipe da Revide depois de ouvir o depoimento de 14 pais. Fotografados por Lídia Muradás junto com seus filhos em ambientes caracterizados pela diversão, contaram brevemente de que maneira participam da rotina das crianças e como gostam de utilizar o tempo livre. As horas de lazer são marcadas por muita integração e diversão em família.

Alexandre Garcia Tazinaffo, 44 anos, engenheiro agrônomo e paisagista.
Pai de Antônio, 7 anos, e de João, 5 anos.

No dia a dia deste pai, muitos momentos são dedicados a João e Antônio: almoços, jantares, levar ou buscar para a escola, tomar banho e contar história para dormir. Aos finais de semana, não é diferente: os programas juntos dominam a programação. Entre as atividades preferidas estão andar de bicicleta, pescar, passear no rancho, no parque ou no shopping.  Esportes na piscina, futebol e luta também têm vez. “Inclusive nas horas livres, nossos planos sempre têm os dois como prioridade”, completa.

Ser pai é estar presente no dia a dia dos filhos, ser amigo e confidente, ensinando, dando atenção a cada detalhe do seu comportamento, com limites, carinho e amor. 



Alexandre Clemente Neto, 37 anos, empresário.
Pai de Catharina, 7 anos, e Lorenzo, 2 anos.


Paixão e profissão do papai Alexandre, viajar é um dos lazeres preferidos da família toda. Os pequenos Catharina e Lorenzo topam qualquer roteiro! Se não é possível passar muito tempo junto durante a semana, aos sábados e domingos, há sempre uma programação especial pensada para garantir diversão a todos. “Quando estou com eles, tento direcionar a eles toda a minha atenção, estando presente de corpo e alma”, destaca o papai.

Ser pai é o melhor presente que a vida pode dar para o homem; a materialização do amor incondicional.



Cristiano Rezende, 36 anos, empresário.
Pai de Lucca, 3 anos.


Apesar da correria do dia a dia, este papai reserva o máximo de tempo possível para o pequeno Lucca. Entre brincadeiras e descobertas, amam brincar de carrinhos e assistir aos desenhos. Aos finais de semana, os programas em família são prioridade — se possível, longe do celular, das redes sociais e tudo o mais. “Essa fase da infância é cheia de descobertas e muito prazerosa, por isso, tento curtir cada instante”, destaca. 

Ser pai é a melhor coisa do mundo.



Donato Leão, 30 anos, gestor de Marketing.
Pai de Maria Eduarda, 1 ano.


Preparar o café da manhã, levar e buscar na escolinha: essas são algumas das atividades do dia a dia que fazem parte das atribuições deste papai, que também dedica as horas após o expediente integralmente à filha e à esposa. Aos finais de semana, a diversão também é em família: passeios, brincadeiras no parquinho e muito desenho estão na programação. “Para nós, os momentos em família são mais do que preciosos, e a Maria Eduarda sabe disso”, garante Donato.

Ser pai é a melhor e maior experiência da minha vida, a vivência mais fascinante e incrível que se pode ter. 



Gabriel Loureiro Muradás, 30 anos, administrador.
Pai de Gael, 5 anos, e Maria, 3 anos.


Mesmo não sendo tão simples conciliar a agenda profissional com as atividades dos pequenos, este papai se esforça para participar da rotina dos filhos. Pelo menos duas vezes durante a semana, faz questão de levar ou buscar as crianças na escola ou na academia, onde praticam judô, natação e balé. Aos finais de semana, alimentar a religiosidade é prioridade, assim como as sessões de cinema em casa, os passeios nos parques da cidade e as visitas à casa dos avós. “Amamos esta convivência ampliada, mesmo que os avós ‘estraguem’ um pouquinho”, afirma.

Ser pai é estar presente em todos os momentos.



Jair Ferreira Lima Jr, 46 anos, professor universitário, coach de executivos e diretor do BNI.
Pai de Alícia, 5 anos.?


Aos finais de semana, não é raro encontrar a pequena Alícia ao lado do papai, Jair, preparando o churrasco. Este é um dos programas que os dois gostam de compartilhar, mas também há espaço para passeios no shopping e filmes em casa. No dia a dia, a convivência é reforçada pelo café da manhã  compartilhado e pelos passeios dos dois com Flor, a shitzu da família. “Quando estou com a Alícia, bloqueio a agenda e me dedico 100%. Tudo na vida é uma questão de foco”, frisa o papai.

Ser pai é viver uma das experiências mais intensas e valiosas da vida.



José Augusto Figueiredo, piloto e empresário.
Pai de Vitoria, 5 anos.


Todos os dias, pai e filha dividem o café da manhã e o tempo dedicado à academia. Os dois também almoçam juntos sempre que possível, mas é no fim de semana que aproveitam para viver os melhores momentos. Atividades esportivas e ao ar livre, como natação e patinete, estão entre as favoritas da pequena, que adora a sensação do vento no rosto que o brinquedo oferece — a mesma que não deixa que Augusto se distancie da motovelocidade. “Para estar sempre com ela, preciso me desdobrar, mas o que não fazemos por um filho?”, questiona.

Ser pai é assumir uma responsabilidade muito grande, proteger, cuidar e amar, na esperança de que eles cresçam e se tornem pessoas do bem e felizes.



Luiz Eugenio Scarpino Jr, 34 anos, advogado e professor universitário.
Pai de Liz, 4 anos, Luca e Maitê, 6 meses.


Para compartilhar com a esposa as demandas dos três filhos, este papai faz de tudo para driblar a agenda exigente do trabalho. No dia a dia, faz questão de almoçar em casa todos os dias, de levar a primogênita Liz à escola, e colaborar com as atividades da madrugada envolvendo os gêmeos Luca e Maitê. O tempo livre é reservado para os passeios em família. “Quando se tem três filhos ou mais, não basta ser um pai participativo; um pai presente é essencial para o equilíbrio da casa”, ensina.

Ser pai é ter o privilégio de cuidar dos meus filhos com amor, dedicação, empenho e responsabilidade, fazendo-me um bom exemplo.



Marco Daurises Mello, 46 anos, empresário.
Pai de Antonella, 8 anos, e Enrico, 5 anos.


No dia a dia deste papai, a hora do almoço e a ida para a escola dos filhos são momentos sagrados, assim como a reunião para o jantar e a checagem dos deveres de casa. No entanto, é no final de semana que Marco, Antonella e Enrico, junto com a mamãe, Tata, passam a maior parte do tempo juntos. Viajar, ir ao cinema, ler, cozinhar. ir ao parque, tomar sorvete, assistir a filmes e a desenhos em casa: o tempo é suficiente para tudo e mais um pouco. “Quando planejo e organizo meu tempo, eles são sempre a minha prioridade”, destaca.

Ser pai é dar amor, educação, proteger, orientar, ensinar com carinho e prepará-los para a vida.



Renato Castanho Gosuen, 42 anos, empresário.
Pai de Sofia, 15 anos, e Maria Eduarda, 3 meses.


Na rotina atribulada deste papai, cada brecha tem destino certo: as filhas. A diferença de idade das filhas deu a Renato a possibilidade de viver experiências únicas e, igualmente, cheias de aprendizados. No dia a dia ou aos finais de semana, estar junto das meninas é prioridade, seja na hora das refeições, sempre compartilhada, seja nos passeios com os cachorros na chácara da família. “Hoje em dia, todo o meu esforço é direcionado ao desejo de garantir qualidade ao tempo que passamos juntos”, salienta.

Ser pai é ser amigo, é proteger, é orientar, é ser exemplo, é aprender...



Renato Soriani Paschoal, 35 anos, médico.
Pai de Heitor, 1 ano.


Organizar a agenda de trabalho no consultório para estar ao lado do filho é prioridade na vida do dermatologista. No dia a dia, a hora das refeições é sagrada, assim como o início e o fim do dia. Sempre reservados à família, os domingos são especiais: vale curtir a tranquilidade de casa, os passeios pelo condomínio, além de parques, shopping centers e viagens. “Aproveito cada minuto com o Heitor, demonstrando o amor que sinto por ele em cada oportunidade”, destaca.

Ser pai é um milagre que Deus me deu de presente e uma missão que eu amo ter sido escolhido para cumprir. 



Reinaldo Oléa Corrêa Filho, 39 anos, médico.
Pai de Helena, 2 anos, e Felipe, 2 meses.


Entre as inúmeras programações que este papai faz questão de realizar com seus pequenos, as atividades ao ar livre têm prioridade. Passear no parquinho, correr, andar de bicicleta, de skate ou jogar bola compõem a lista que diverte Helena, enquanto o pequeno Felipe acompanha de longe — por enquanto. Histórias e desenhos também animam o dia a dia da família, que evita o acesso à tecnologia. “Quando estamos juntos, nada de ficar com o celular na mão. Em casa, não temos tablet e o smatphone fica bem guardado”, declara.

Ser pai é estar sempre ao lado dos filhos, cultivando esta relação única de carinho e amizade.



Tanielson Wagner Cristiano Campos, 41 anos, engenheiro civil. 
Pai de Enzo, 6 anos, e Gabriel, 1 ano.


Apesar de levar os meninos à escola e à casa da avó diariamente, assim como colocar para dormir todas as noites, este papai gostaria de passar ainda mais tempo com os filhos. Para isso, não economiza energia aos finais de semana. Passeios no parque, de bicicleta ou com o cachorro Tony estão entre as atividades favoritas. A família também adora viajar e aproveita cada oportunidade para estar mais próxima e aumentar o estoque de bons momentos. “O tempo passa muito rápido, então, quero que se lembrem de momentos sempre alegres e de muitas risadas”, frisa.

Ser pai é viver o presente pensando no futuro, planejando uma vida feliz e de qualidade, mas também preocupado com a formação de um cidadão consciente e responsável, que respeite a todos. Somos a extensão de nossos filhos. Tudo que acontece com eles reflete diretamente em nossas vidas. Por isso, esse relacionamento e amor são eternos.



Vicente Peraro Junior, 46 anos, representante comercial.
Pai de Luiza, Helena e Beatriz,  6 anos.


Se durante a semana, este papai, vez ou outra, precisa abrir mão de levar as trigêmeas à escola, à natação e ao balé, por causa das inúmeras viagens a trabalho, aos finais de semana, nada os separa. Aos finais de semana, o cinema, a casa da vovó e o shopping são destinos frequentes da família toda. “Para estar com elas o máximo possível, procuro administrar o trabalho no devido tempo. Quando estamos juntos, o tempo é só nosso, e a cobrança delas por atenção é intensa e permanente”, observa.

Ser pai é poder receber e exercer o maior e mais belo sentimento que Deus dá: a felicidade!



Fotos: Lídia Muradás
Agradecimentos: Park do Gorilão e Parks & Games, Novo Shopping Center 

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