Um polo de conhecimento

Um polo de conhecimento

Apesar de ainda enfrentar déficit na Educação Infantil, Ribeirão Preto possui estrutura para atender à demanda nos demais níveis educacionais

Segundo Suely Vilela, aumentar a oferta de vagas em creches é uma das prioridades da Secretaria da EducaçãoPasta prioritária em todos os níveis governamentais, a Educação representa a possibilidade de, através da difusão do conhecimento, transformar a realidade de uma comunidade e de um país inteiro. É por isso que a Constituição determina que o Governo Federal invista, pelo menos, 18% de sua receita líquida com Educação; estados e municípios devem direcionar 25% dos recursos disponíveis para a pasta. A verba pode não ser a ser ideal, mas não é baixa, comparativamente aos valores destinados a outras áreas importantes para os brasileiros. A título de comparação, a Saúde recebe, no mínimo, 15% dos municípios, 13,2% da Federação e 12% dos estados.

Em Ribeirão Preto, a Secretaria da Educação estima receber R$ 430 milhões em 2017, valor que pode variar, de acordo com a arrecadação municipal. Entre as prioridades da pasta estão aumentar a oferta de vagas em creches; promover melhorias nos níveis de proficiência dos alunos do Ensino Fundamental, especialmente em Português e Matemática; aumentar o número de alunos em tempo integral nas escolas; investir na área de pedagogia e também em tecnologia, segurança e manutenção predial, e ainda otimizar procedimentos administrativos, visando à desburocratização. “Ao assumirmos a Secretaria, encontramos falta de professores — exonerados em dezembro de 2016 —, de materiais escolares e de uniformes, além de certa desorganização administrativa”, elenca a secretária, Suely Vilela.

O município responde por 109 escolas em funcionamento e 20 unidades conveniadas de Educação Infantil. Ainda assim, esse nível escolar apresenta um déficit de 3.700 alunos. “Atendemos 47 mil alunos, sendo a maior parte deles matriculada no Ensino Fundamental (24.152) e na Educação Infantil (22.242)”, lista a secretária. Os demais alunos fazem parte da unidade de Educação Especial — 392 alunos da Escola Egydio Pedreschi — e Ensino Profissional Básico — Escola Dr. Celso Charuri.

Para atender à população, o município trabalha em sua capacidade máxima, contando com a parceria do Estado no suprimento de vagas do Ensino Fundamental. A Diretoria Regional de Ensino de Ribeirão Preto, do Estado de São Paulo, mantém 70 escolas na cidade, que representam o atendimento a 48.857 alunos, entre Ensino Fundamental, Simone Locca destaca que não há déficit de vagas em Ribeirão Preto nos níveis educacionais de responsabilidade do EstadoMédio e Educação de Jovens e Adultos (EJA). “Podemos afirmar que não há déficit nos setores de responsabilidade do Estado em Ribeirão Preto. Há vagas disponíveis para todos que querem estudar, tanto na idade convencional quanto para quem deseja retomar os estudos mais adiante”, declara Simone Maria Locca, dirigente regional de ensino. 

De acordo com a dirigente, a Secretaria Estadual de Educação em Ribeirão Preto investiu mais de R$ 4 milhões em 2016 e no início de 2017. Somente as obras concluídas com recursos da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) atingiu R$ 1,5 milhão. “Nossos investimentos são constantes em infraestrutura das escolas e em materiais didáticos e pedagógicos. Também temos aplicado bastante em acessibilidade, formação continuada de professores e capacitação de gestores escolares”, lista Simone.

No município, as prioridades da Diretoria Regional são manter o nível avançado de inserção do aluno na escola, combatendo a evasão; investir na aprendizagem de qualidade; adequar cada vez mais a escola e os recursos humanos para realizar a inclusão de alunos com deficiência. A meta estadual para a rede de ensino é terminar o ano verificando bons índices de aprendizagem dos estudantes, elevando os resultados no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e no Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (Idesp).

Discreta expansão

Apesar das dificuldades políticas e econômicas enfrentadas pelo Brasil, a área educacional continua crescendo. Quando o olhar é direcionado ao ensino privado, os dados mais recentes demonstram que, de 2015 a 2016, houve um crescimento de 1,22% somente no Estado de São Paulo. No território paulista, o setor privado representa 22,7% dos alunos e 38% dos estabelecimentos de ensino. É o que demonstram os números divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) relativos a 2016. 

“O sistema educacional brasileiro é majoritariamente público, e assim deve ser. Isso não significa, no entanto, que o papel e a responsabilidade do ensino particular seja pequeno. Ao contrário, especialmente nos últimos 35 anos, quando a democratização do acesso ao ensino acarretou problemas para o sistema público, coube à escola particular a missão de assegurar a introdução de novas ideias e recursos ao Ensino como um todo”, argumenta João Alberto de Andrade Velloso, diretor da regional ribeirãopretana do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (Sieeesp).

Segundo o diretor, foi por intermédio das experiências de vanguarda do sistema privado de ensino que chegaram aos alunos a informatização, novos recursos tecnológicos, laboratórios e outras inovações. Da mesma maneira, a assimilação de ideias que revolucionaram a concepção de ensino e aprendizagem difundiram-se, principalmente, no seio do sistema particular. 

O Sindicato destaca que, em Ribeirão Preto, 42.500 alunos frequentam 215 escolas particulares. Esses números são relativos ao ensino básico, que compreende a Educação Infantil e os ensinos fundamental e Médio. Os números, segundo Velloso, permitem um olhar otimista para o segmento, mas com cautela na hora de fazer investimentos e planejar os próximos anos. 

Profissionais em formação

De acordo com Velloso, ensino privado foi responsável pela inclusão de novos recursos tecnológicos na educação básicaRibeirão Preto destaca-se, ainda, pelas instituições dedicadas ao Ensino Superior que reúne. A começar pelo campus da Universidade de São Paulo, uma das mais reconhecidas do Brasil. Segundo dados de 2015, a instituição possui 13.759 alunos, entre estudantes de graduação, pós-graduação e outros. O campus ajuda a explicar por que Ribeirão Preto atrai tantos estudantes de outras localidades, tornando-se um polo formador de profissionais. Em complemento, existe uma completa rede de ensino superior privado.

A região administrativa de Ribeirão Preto soma 2,3% das matrículas realizadas em cursos presenciais no Estado de São Paulo. O número faz parte do Mapa do Ensino Superior paulista de 2012, divulgado pelo Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior do Estado de São Paulo (Semesp). A Região Metropolitana de São Paulo concentra mais de 60% das matrículas; a região ribeirãopretana é a sexta colocada nesse ranking.

Em uma população estimada em 1,2 milhão, há 38 mil alunos no Ensino Superior, sendo 77% deles estudantes da rede privada. Entre as particularidades dos dados regionais estão um número crescente de ingressantes e de concluintes na graduação presencial, o que torna a região ribeirãopretana a primeira da lista quando o assunto é a retenção dos estudantes. 

Números da Educação Básica na cidade

Públicas:
179 escolas.
20 unidades conveniadas.

Privadas:
215 escolas.
42.500 alunos.

Cursos superiores que mais formam na região

• Medicina
• Ciências Contábeis
• Farmácia
• Administração
• Sistema de Informação
• Fisioterapia
• Educação Física
• Pedagogia
• Enfermagem
• Direito
 

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