Imponente e histórico

Imponente e histórico

Um marco do período áureo do café, o palacete Camilo de Mattos, no centro de Ribeirão Preto, relembra os tempos de avanço da cidade

Em frente à Praça XV de Novembro, na rua Duque de Caxias, esquina com a Tibiriçá, há uma morada que absorve, desde o início do século XX, por volta de 1920, a história de Ribeirão Preto. O palacete Camilo de Mattos é um marco importante para a cidade que abrigou ali o advogado e então prefeito Joaquim Camilo de Moraes de Mattos. Estima-se que o edifício começou a ser construído em 1921 e foi finalizado em 1927, porém inaugurado no ano de 1922.

Considerado um dos importantes imóveis remanescentes do período do café, a autoria do palacete Camilo de Mattos ainda gera dúvidas, pois não há documentações claras no arquivo de Ribeirão Preto ou plantas do prédio que facilitem a identificação do autor da construção. Contudo, há dados que constam nomes como o do engenheiro-arquiteto Antônio Soares Romeo como responsável pelo projeto do palacete. Em outro momento, aparecem, como responsáveis, o engenheiro Antônio Terreri e o construtor Paschoal de Vicenzo.

De arquitetura eclética, o palacete fazia parte de um conjunto de casarões importantes da cidade. Localizado próximo ao Quarteirão Paulista, o edifício se encontra em local privilegiado e seguiu o “código de postura de Ribeirão Preto”, que propunha nova implementação para as edificações, ou seja, os imóveis isolados no lote, trazendo suas fachadas para a passagem da rua. Isso ocorreu não só com o palacete Camilo de Mattos, mas, também, com outras construções da cidade no período dos anos 1920, auge do café.

Tombado como patrimônio cultural em 2008, o palacete foi comprado por empresários de Ribeirão Preto em 2016. Marcos da Cunha Mattos e Ricardo Cesar Massaro são os novos proprietários do imóvel eclético. Em 2019, foi informado que documentos de restauração haviam sido enviados ao Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural de Ribeirão Preto (Conppac) e o processo da obra aguardava seu aval, porém não foram divulgadas informações sobre este processo.

Em 2019, na 19ª Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto, o casarão foi aberto à visitação e foi possível ver o imóvel internamente, seus cômodos, a disposição e a imensidão do palacete. Enquanto se espera pelo restauro, o casarão segue abandonado. O tombamento de edificações não garante a perpetuidade: é necessária a disposição de possíveis proprietários e levantamento de verbas para que, de fato, haja a preservação.

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