Recinto abandonado

Recinto abandonado

Situação crítica do Parque Permanente de Exposições leva o Ministério Público a abrir inquérito contra a Prefeitura de Ribeirão Preto

Segundo o secretário de Esportes, Ricardo Aguiar, PPP seria soluçãoO Ministério Público Estadual entrou com uma ação contra a Prefeitura de Ribeirão Preto em razão da situação precária em que se encontra o Parque Permanente de Exposições. O inquérito foi aberto em junho e investiga o uso indevido do local. O mato alto, os animais pastando no local e a falta de portões e janelas, motivada por furtos, ilustram a precariedade da manutenção encontrada. O MP alerta, inclusive, para o risco de contaminação por carrapatos e para o possível aparecimento de criadouros de mosquitos transmissores de dengue e zika vírus, por exemplo. A apuração foi aberta a pedido do promotor de Habitação e Urbanismo em Ribeirão Preto, Edward Ferreira Filho. 

O problema é reconhecido pela própria administração que, em janeiro deste ano, fez um relatório sobre como encontrou o local ao assumir o governo. O documento não poupa o mau estado de conservação do parque. O relatório foi feito pelo responsável pelo gerenciamento administrativo e de custo operacional da Prefeitura, João Bertoleti, e apresentado ao Ministério Público. No relato, está claro que, mesmo em funcionamento, os cuidados devidos não vêm sendo tomados. O Parque Permanente de Exposições é frequentemente alugado para eventos, como shows e festivais, mas possui diversos equipamentos danificados. Também ocorreram furtos de materiais. Além disso, dois prédios que já serviram de base para a Polícia Militar no local também estão abandonados.

Parte elétrica danificada, portões estragados, telas de proteção de janelas em falta são alguns exemplos da manutenção precária. No pavilhão de leilões, por exemplo, faltam vidros e telhas de PVC que foram roubados. A frase “as instalações encontram-se em estado precário” se repete em todo o relatório.

Segundo a administração municipal, a solução é uma só: realizar uma Parceria Público-Privada (PPP) para recuperar o local, com a transmissão de responsabilidade para a iniciativa privada. De acordo com secretário municipal de Esportes, Ricardo Aguiar, que responde pelo Parque, já existe um projeto de concessão sendo elaborado pela Secretaria de Planejamento.

Em fevereiro, o Ministério Público já havia destacado a situação em ofício, lembrando que, mesmo com tantos problemas identificados, o local continuava a receber inúmeros eventos. De acordo com o Portal de Transparência do município, o total arrecadado com os aluguéis nessas ocasiões gerou R$ 133,7 mil aos cofres públicos.

Quanto à atual situação do Parque Permanente, a secretaria informa, por meio de nota, que “a manutenção do Parque está pendente de solução, atendendo apenas a situações emergenciais, uma vez que a Prefeitura está realizando estudo de recuperação ou destinação do espaço para, assim, evitar a entrada de animais e realizar as roçadas necessárias, que ocorrem conforme a demanda. Os recursos hoje arrecadados suprem apenas serviços de manutenção de pequeno porte, não sendo suficiente para a recuperação do todo, que para isso será necessário um planejamento mais abrangente  para estimativa orçamentária”.

Falta de manutenção pode ser vista em muitos locais

Reclamação dos moradores

O uso de áreas verdes delimitadas da região como estacionamento em eventos é outra questão que está na mira do Ministério Público. Quem mora na região pede que esses espaços sejam cercados e preservados adequadamente. “Nota-se uma verdadeira apatia dos órgãos municipais na hora de resolver esses problemas. Tais áreas verdes, por exemplo, existem apenas virtualmente, pois não são respeitadas. Essenciais para uso e beneficio comum do povo e para sadia qualidade de vida urbana, esses espaços precisam ser protegidos”, afirma o secretário da associação de moradores do bairro, Marcos Valério Sérgio. A Secretaria Municipal de Esportes esclarece que não é responsável pelos assuntos referentes ao exterior do Parque Permanente. 

Sem kart na pista

Sem kart na pista Os frequentadores do local são aqueles que mais lamentam a situação. Entre eles está o consultor Dênio Muniz, piloto de kart que conhece bem o Parque Permanente. No local existe um kartódromo que, há mais de dois anos, não recebe corridas por causa do mal estado de conservação da pista. “Tínhamos uma das melhores pistas do Estado de São Paulo, porém, ela foi se deteriorando. Uma pena ter chegado a este ponto”, lamenta Muniz, que diz que alguns pilotos tentam recuperar a o kartódromo para voltarem ter o espaço à disposição. “Infelizmente, a falta de capacidade de alguns governantes deixou grandes cicatrizes, não apenas na pista do kartódromo, assim como em toda sua estrutura e também por toda a cidade”, lamenta o consultor.Os frequentadores do local são aqueles que mais lamentam a situação. Entre eles está o consultor Dênio Muniz, piloto de kart que conhece bem o Parque Permanente. No local existe um kartódromo que, há mais de dois anos, não recebe corridas por causa do mal estado de conservação da pista. “Tínhamos uma das melhores pistas do Estado de São Paulo, porém, ela foi se deteriorando. Uma pena ter chegado a este ponto”, lamenta Muniz, que diz que alguns pilotos tentam recuperar a o kartódromo para voltarem ter o espaço à disposição. “Infelizmente, a falta de capacidade de alguns governantes deixou grandes cicatrizes, não apenas na pista do kartódromo, assim como em toda sua estrutura e também por toda a cidade”, lamenta o consultor.



Texto: Leonardo Santos
Fotos: Ibraim Leão, arquivo pessoal e Filipe Peres, Blog O Calçadão

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