Humano e de ferro
História do triatleta amador e empresário Sérgio Buonarotti ganha documentário
Assim como as provas do triatlon, superar os percursos ocasionados na maratona da vida não é uma tarefa fácil — exige esforço, foco, dedicação, disciplina e o principal: a persistência em não desistir.
Sérgio Buonarotti teve os planos brutalmente interrompidos em uma manhã de agosto de 2011, ficando internado em coma por três meses na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital das Clínicas, em decorrência de um tiro no abdômen, durante uma tentativa de assalto, enquanto pedalava com alguns amigos no Anel Viário Sul, em Ribeirão Preto. Em novembro, o triatleta amador e empresário ganha um documentário destacando a sua história de superação.
Produzida pela Grattitude Filmes, iniciativa criada pelos jornalistas Lucas Bretas e Samuel Prisco, o longa-metragem intitulado 1538°C - The Iron Human remonta a história por meio de depoimentos, imagens da época do incidente e simulações. Este primeiro trabalho rico em detalhes e captação de sentimentos de cada personagem envolvido promete emocionar e incentivar o público ao exibir a trajetória e o drama vividos por Sérgio, desde a entrada no hospital, até a disputa da prova de Iron Man, seis anos depois, em Florianópolis, onde participou das provas esportivas que mais exigem resistência e preparo do atleta: 3,8km de natação, 180km de ciclismo e mais 42km de corrida.
O diretor e roteirista, Lucas Bretas, explica que, ao produzir o documentário, preocupou-se em mostrar, além do acontecimento vivido diante de um país de extrema violência, como o triatleta amador utilizou o esporte como ferramenta de motivação e superação. “O personagem é um exemplo vivo do triunfo sobre as desventuras e nos proporciona a lição de que na vida precisamos ter resiliência para superar o adverso. Sérgio poderia ter padecido caso tivesse se entregado, mas, em vez disso, foi determinado a virar o jogo”, ressalta.
Segundo o coordenador executivo, Samuel Prisco, os “1538ºC” do título do documentário representam a temperatura de fusão do ferro, um dos componentes sólidos mais resistentes da natureza. “O título remete ao nome da prova Iron Man (Homem de Ferro) e, também, ao fato de que o protagonista teve a resistência e a resiliência para suportar condições clínicas extremas, como se fosse realmente alguém feito de ferro”, enfatiza.
É preciso destacar o lado pessoal e humano, no contexto de que Sérgio é um executivo de mercado muito bem-sucedido e estava à parte de uma realidade que parecia inimaginável em sua rotina. “Estamos falando de alguém acostumado a dar e não receber ordens, de mandar e não de pedir, de quem se criou na iniciativa privada e de repente se viu preso a um hospital público, de quem entendeu e aprendeu a necessidade de perdoar. Mais do que um paciente recuperado, Sérgio deixou o hospital como um ser humano melhor”, comenta Bretas.
Dez anos depois, o desfecho dessa história se prepara para a participação em festivais nacionais e internacionais de cinema. “Nossa expectativa é uma boa avaliação e representarmos bem nossa cidade em festivais nacionais e o Brasil em eventos externos”, finaliza Samuel.
