Tempo de renovação
Feira do Livro de 2021 foi 100% on-line com acessos de 24 países

Tempo de renovação

Suspensa em 2020 por conta da pandemia do coronavírus, a Feira do Livro de Ribeirão Preto se reinventou, agora é internacional e, pela primeira vez, foi 100% on-line

Após quase duas décadas de edições consecutivas, a Feira do Livro de Ribeirão Preto precisou ser adiada em 2020, por causa da pandemia do coronavírus. Reinventado e agora internacional, o evento está sendo realizado on-line neste ano, com plateia virtual, e conta com a participação de espectadores de mais de 20 países. Com o tema “Velhas e Novas Utopias”, a edição sonha com passado e o presente, enquanto passa por um novo tempo, de muita renovação.

A agora Feira Internacional do Livro (FIL) teve sua abertura no último dia 20 e a programação vai até domingo, 29. Neste ano, ícones da literatura e da educação são homenageados: os estrangeiros Mia Couto, escritor moçambicano, e Edgar Morin, sociólogo francês. Os representantes nacionais nessa lista são os escritores Milton Santos, Conceição Evaristo, Carlos Roberto Ferriani Semíramis Paterno e a professora Elaine Assolini. O empresário Paulo Roberto Oliveira é o patrono da feira.

Para a vice-presidente da Fundação do Livro e Leitura e curadora da FIL, Adriana Silva, a edição virtual tem sido histórica. “Além de renovação por conta dos ajustes tecnológicos, essa é uma edição histórica que nos dá a oportunidade de conferir a força do movimento progressivo das gerações que vivenciam, juntas, esse momento da humanidade”, afirmou. Para a realização da feira, Adriana explicou que foi preciso investir na capacitação dos profissionais da equipe em novas tecnologias. “Como ouvimos do nosso autor homenageado, Mia Couto, em conferência na FIL, resistimos à realidade e ousamos a fazer uma feira nova, sem nos prendermos ao modelo antigo e sem dar valor ‘às paredes que a pandemia nos trouxe’. Não estamos presos, estamos livres em pensamentos e iniciativas num mundo realmente novo”, destacou. A vice-presidente da fundação ainda disse que o formato virtual facilitou a participação de nomes internacionais e de autores nacionais de projeção mundial. Para 2022, espera que o evento possa voltar a ser presencial. “Entretanto, acho que nunca mais deixaremos de ser também virtual”, ressaltou.

Desafios e aprendizados

A superintendente da Fundação, Viviane Mendonça, detalhou que o evento tem sido um desafio e um intenso aprendizado para todos os envolvidos. “A realização de um evento dessa proporção, em meio à pandemia, exigiu muita cautela e alta capacidade de adaptação”, disse. Para manter a operação completa de forma segura, toda a equipe passou por teste de Covid-19. São cerca de 50 profissionais, entre eles alguns convidados e autores.

A previsão é que 20 mil pessoas participem da nova edição da Feira. É o que informou a presidente da Fundação, Dulce Neves. “Até o quinto dia do evento, já alcançamos mais de cinco mil pessoas. A participação do público de outros países também tem sido surpreendente”, afirmou. O vice-presidente da Fundação, Edgard de Castro, destacou a importância de enaltecer os autores locais na FIL. “Contar com a produção cada vez mais crescente de autores locais e de entidades que representam fortemente a cultura e a arte em Ribeirão Preto é uma forma de garantirmos a identidade do evento – movidos movidos por ideias, sonhos e pessoas para envolver outras pessoas no mesmo objetivo”, finalizou.


Adriana Silva e Dulce Neves


Viviane Mendonça e Edgard de Castro

 

 

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