Aumento da tarifa do ônibus foi um dos vilões do IPC

Aumento da tarifa do ônibus foi um dos vilões do IPC

Reajuste de 13% foi um dos principais influenciadores da inflação de 1,38% registrada em julho em Ribeirão Preto, o maior percentual dos últimos anos

A inflação em Ribeirão Preto no mês de julho foi de 1,38%, a mais alta dos últimos anos para o mês. O grande vilão da vez foi o transporte, com o reajuste das tarifas de ônibus urbano (13,3%) e intermunicipais (10,9%), e as passagens áreas (27,16%). Os planos de saúde também pesaram na balança (13,5%).

Os números do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) foram divulgados nesta sexta-feira, 07, pela Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp). A pesquisa é realizada em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Em julho, os preços das passagens do transporte público na cidade subiram de R$ 3,00 para R$ 3,40, já dos ônibus suburbanos, que ligam Ribeirão a municípios vizinhos, subiram após o aumento das tarifas de pedágio, no primeiro dia do mês. A passagem para Sertãozinho, por exemplo, passou de R$ 3,80 para R$ 4,30.

A inflação acumulada no ano é de 5,28%, e dos últimos 12 meses o patamar é parecido, está em 5,99%. A média mensal do crescimento do índice foi elevada para 0,74%. O economista da Acirp, Fred Guimarães, responsável pelo levantamento, afirma que o aumento elevado dos preços, incomum para esta época do ano, está atrelada à crise política pela qual País vem passando.

“A confiança dos empresários, assim como a das famílias está baixa, o que acarreta em um processo de incertezas, que são representados pelos baixos índices econômicos”, explica Guimarães.

Os preços dos automóveis novos também tiveram crescimento no sétimo mês do ano, que foi de 1,26%. O economista acredita que isso se deve ao custo de novas obrigações, como os itens de série, como air bags e freios ABS, que as montadoras estão repassando aos consumidores.

Em compensação, os automóveis usados tiveram deflação de 1,69% no período. Outros produtos que apresentaram preços mais baixos foram os combustíveis, com o etanol 5,2% mais em conta e a gasolina com preço 1,7% menor.

O economista diz que se promoções nos postos de combustíveis não tivessem acontecido, a inflação para o mês poderia ser um pouco maior, como já começa ser apresentado neste início de agosto.

Alimentos mais caros

O leite apresentou aumento de 2,5%, por estar em época de entressafra, a carne bovina ficou 1,64% mais cara, o açúcar 1%, assim como os derivados do leite e o peixe, que estão 1,1% mais caros.

Mas o arroz (-0,1%), o feijão (0,1%), bebidas (-0,33%) e alimentação externa (0,05%) apresentaram preços estáveis.

Índice nacional

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado pelo governo para fixar as metas de inflação, ficou em 0,24% em julho. O resultado é inferior ao registrado no mês de junho, quando a taxa havia sido de 0,36%.Com o resultado de junho, o IPCA acumula no ano alta de 2,81%.

A taxa, no entanto, é menor do que a observada no mesmo período do ano passado (4,19%). Considerando os últimos 12 meses, o IPCA de julho (4,50%) também ficou abaixo dos 12 meses imediatamente anteriores, quando a taxa registrada foi de 4,80%.

Em julho de 2008, o IPCA havia ficado em 0,53%. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e revelam que o resultado foi influenciado principalmente pela queda de 0,06% nos preços dos alimentos. 

No mês anterior, eles haviam subido 0,70%. De acordo com o levantamento, o movimento foi “disseminado”, ocorrendo na maior parte das regiões metropolitanas pesquisadas: Salvador (-0,73%), Belém (-0,72%), Porto Alegre (-0,58%), Recife(-0,45%), Belo Horizonte (-0,38%), Rio de Janeiro (-0,29%) e Fortaleza (-0,19%).

A principal pressão foi exercida por energia elétrica (3,25%), em função do reajuste de 12,90% nas tarifas da região metropolitana de SãoPaulo, em vigor a partir do dia 4 de julho. O etanol também ficou mais caro em julho (2,47%), depois de ter caído 2,02% em junho, e pressionou o preço da gasolina, que teve alta de 0,68%.

Subiram ainda as tarifas dos ônibus interestaduais (de -0,28% para 5,80%) e os itens para o conserto de automóvel (de 0,48% para 1,28%) e mobiliário (de 2,55% para 1,15%).

Entre as regiões metropolitanas, a de São Paulo foi a que apresentou a taxa mais elevada no mês (0,57%), influenciada principalmente pela alta nos preços dos alimentos (0,53%) e da energia elétrica (11,75%). 

Por outro lado, os menores índices foram observadosem Recife (-0,07%), no Rio de Janeiro (-0,05%) e em Salvador (-0,02%).

Revide On-line, com informações da Agência Brasil
Foto: Arquivo Revide/divulgação

 

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