Expectativa em alta

Expectativa em alta

Geração de empregos volta a crescer em Ribeirão Preto e setores mais afetados pela crise, como o comércio, mostram otimismo na retomada

A vendedora Roseny Carvalho Fernandes, 21 anos, já trabalhou em lojas de artigos esportivos, de roupas e, também, com venda de móveis. Mas, mesmo com toda a experiência na área, durante a pandemia, ela perdeu o emprego. “Tinha um bom desempenho, sempre conseguia vender a mais do que o cliente procurava”, conta.

Após dois meses parada, ela conseguiu se recolocar no mercado de Ribeirão Preto com a abertura de uma loja no RibeirãoShopping. “Nesse momento de crise nacional é um privilégio e uma conquista muito grande conseguir um novo emprego, principalmente em uma empresa reconhecida.”

A mega store da franquia Hering abriu as portas na última semana, com o dobro de profissionais. “Aumentamos em 100% o número de colaboradores somente nesta loja, que agora no novo modelo terá 350 metros quadrados, passando de oito para 16 contratados”, descreve o franqueado Arlindo Lima, que aposta em uma melhora para o mercado local. “A pandemia gerou um quadro inusitado que restringiu o consumo presencial e aumentou as vendas on-line. Neste cenário, agora com a retomada da economia, o conceito de mega loja, com maior distanciamento entre os clientes, é um projeto em que acreditamos.”

Expectativa que se confirma no mercado local em geral. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério da Economia, nos três primeiros meses de 2021, foram geradas 3.338 vagas em Ribeirão Preto (27.126 contratações e 23.788 demissões), contra apenas 29 no mesmo período do ano passado. Com o resultado, segundo o Caged, o estoque de empregos com carteira assinada no município chegou a 223.548. No final do primeiro trimestre de 2020, eram 220.583.

Cautela e expectativa positiva

Apesar do resultado positivo no mercado de trabalho, a economia ainda sente os impactos da pandemia, diz o economista Renan Rocha, da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp). “Quando a gente analisa o setor de comércio, que foi uma das áreas mais atingidas com a paralisação das atividades, a gente percebe que essa recuperação é um pouco mais lenta. De um modo geral, sim, a economia passa por uma recuperação, mas ainda de uma forma lenta”, pondera.

No acumulado dos três meses do ano, o setor de comércio fechou 26 vagas e, na outra ponta, o de serviços, que gerou 1.624 vagas, seguido dos setores de construção (996), indústria (722) e agropecuária (22). Mas, há otimismo para este segundo trimestre, principalmente com a retomada do atendimento presencial na Fase de Transição do Plano São Paulo. “No cenário atual da economia, estamos com ótimos colaboradores disponíveis no mercado. Então, tivemos uma seleção produtiva, profissionais com experiência no mercado e, quando não tem a experiência, mostram muita força de vontade de aprender e trabalhar. Com tudo isso, nossas expectativas são positivas, também, para o segundo semestre”, relata Jaqueline Fermiano, 33 anos, gerente da nova loja.

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