Pagamento instantâneo

Pagamento instantâneo

Nova forma de pagamento e transferência de valores, Pix traz agilidade nas transações bancárias e mudança nos hábitos de consumo

Mais do que agilidade, o Pix, nova forma digital de pagamento e transferência de valores criada pelo Banco Central, também chega com o potencial de mudar hábitos de consumo, facilitar transações e beneficiar a economia local, majoritariamente associada ao comércio e a serviços.

A principal diferença entre o Pix e os outros meios de pagamento é a instantaneidade, conforme explica o professor de Tecnologia da Informação Marcelo Contin. “As transações feitas pelo Pix, que podem ser compras, transferências, pagamentos feitos por meio dos QR Codes em um supermercado ou um e-commerce, são instantâneas e ocorrem no máximo em dez segundos. Ele funciona 24 horas por dia em tempo real e todos os dias do ano”, explica Marcelo, que também esclarece que toda a tecnologia foi desenvolvida pelo Banco Central.

Com isso, as transferências são registradas e intermediadas pelo Banco Central, diferente dos sistemas atuais, como boleto, TED e DOC. “É necessário apenas dar um clique na informação da chave que já está armazenada no celular ou ler o QR Code do recebedor. Já outros meios de pagamento conhecidos e muito utilizados, que são o TED ou o DOC, têm o viés de serem processados em dias úteis e em horários restritos e o pagador precisa conhecer e digitar os dados do recebedor, como nome do banco, o número da agência, o número da conta, o tipo da conta e o CPF ou CNPJ”, completa.

A tecnologia, já usada em países da Europa e na China, também vai facilitar o dia a dia de empresários e consumidores, segundo o professor Marcelo Botelho Moraes, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP/USP). “Vai facilitar muito para os pequenos empreendedores, as pequenas empresas que hoje têm de alugar ou adquirir uma máquina de cartão, que muitas vezes tem de esperar o período para receber. Isso facilita bastante para o mercado, as transferências e a negociação”, pontua.

Com isso, ainda segundo Marcelo Botelho, existe uma expectativa de que o modelo altere também os hábitos de compra de consumo. “Para Ribeirão Preto, isso vai ser muito positivo. Temos uma economia majoritariamente associada ao comércio e a serviços. Uma das vantagens do Pix também é a redução de custo para as empresas e, para a pessoa física, não tem custo nenhum, tanto para enviar, quanto para receber valores. Vai ocorrer uma desburocratização, então, existe um estímulo maior, principalmente para o micro e pequeno empreendedor”, explica.

O professor também destaca as vantagens para o consumidor. “A maneira com que as pessoas podem receber e pagar será mais fácil, isso vai trazer benefícios grandes para toda a população, mas, principalmente, para a população de menor renda, que hoje não tem acesso a um cartão de crédito, ou mesmo cartão de débito e conta bancária”, argumenta.

Tudo isso, segundo Marcelo Botelho, tende a alterar o perfil de consumo. “Claro que vai ser uma substituição gradual. A tendência é substituirmos a figura da transferência por meio do TED e do DOC e que um pouco depois já venha a substituir a figura dos boletos e até mesmo cartões de crédito”, destaca.

O professor da FEA-RP/USP Marcelo Botelho Moraes explica que a economia local vai se beneficiar, pois o Pix facilita processos e, consequentemente, as vendas

Segurança
A segurança do sistema e o risco de fraudes digitais também estão entre as discussões do Pix. No entanto, segundo Marcelo Contin, o sistema é bastante seguro. “Foi desenvolvido em parceria com outros bancos privados, que têm uma tecnologia muito avançada e segura. Além disso, toda transação do PIX exige uma senha antes de ser efetuada. Para mitigar riscos, o Banco Central definiu limites de valor para as transferências e pagamentos via Pix, mais rigorosos neste primeiro momento, já que o sistema começou a funcionar e será preciso tempo para analisar as falhas que podem vir a acontecer”, afirma. “As pessoas vão entender e aprender no dia a dia, vendo outras pessoas realizando pagamentos e transferências. Haverá um período de assimilação, segurança e confiança para ter a cultura do uso”, conclui.

Como será preciso fornecer menos dados, apenas a chave do Pix, os riscos de usar informações para fraudes também serão menores. Hoje, para uma transferência bancária, por exemplo, é preciso fornecer nome completo, CPF e agência e conta, com o Pix será apenas uma informação. No entanto, o especialista alerta sobre o “fator humano” para prevenir golpes. “Uma das formas de receber valores pelo Pix é por QR Code gerado aleatoriamente, e é muito provável que golpistas utilizarão este recurso para desviar pagamentos. O usuário precisará estar atento à tela de confirmação das informações sobre o recebedor e, ao perceber qualquer inconsistência, não deverá realizar o pagamento”, pontua.

O especialista em TI também destaca um golpe que já está sendo aplicado, o do pré-cadastro por link enviado por e-mail ou aplicativo de mensagem, SMS e em redes sociais. “Golpistas se passam pelo seu banco solicitando dados pessoais, como CPF e número do cartão. Em hipótese alguma clique neste link. Esse é um golpe chamado ‘phishing’, que leva a vítima a um site falso, em que o golpista engana as pessoas para conseguir dados pessoais, como número da conta e senha, e, em posse desses dados, poderá realizar inúmeras transações”, alerta.

A nova tecnologia do Pix é mais avançada e segura, de acordo com o professor de Tecnologia da Informação Marcelo Contin

 

Conheça mais sobre o Pix:

Compartilhar: