De volta aos eixos
Grupo SEB recepciona os alunos desde o dia 2 de agosto, seguindo os protocolos de segurança e higiene

De volta aos eixos

Com os avanços na vacinação e a diminuição de casos da Covid-19, as escolas particulares e estaduais retomam aulas presenciais em Ribeirão Preto com a capacidade máxima para receber os alunos

Texto: Susanna Nazar

Desde o início de 2020, quando os primeiros casos de Covid-19 foram registrados em Ribeirão Preto, a normalidade, a estabilidade e a segurança não são vistas na vida dos estudantes. O cenário provocou dificuldades e impactos na Educação, tanto para alunos, quanto para professores e funcionários das escolas. Além disso, o ensino remoto foi uma solução rápida encontrada, mas ao qual parte das pessoas não se adaptou.

Já em 2021, com o avanço da vacinação e, consequentemente, a diminuição de casos da doença, Ribeirão Preto se prepara para voltar à normalidade, seguindo ainda todos os protocolos de segurança. Dessa maneira, no segundo semestre deste ano, as aulas das escolas estaduais e particulares voltaram com a capacidade máxima de alunos, e as municipais se preparam para seguir no mesmo caminho.

De acordo com a Prefeitura de Ribeirão Preto, todas as unidades escolares receberam os EPIs — Equipamentos Individuais de Proteção — necessários para o retorno presencial, como máscaras para alunos, professores e funcionários, face shields, aventais, termômetros infravermelhos, fita zebrada, sabonete líquido, água sanitária, álcool líquido e álcool em gel. Além disso, todas as escolas realizaram adequações necessárias para o retorno, tais como demarcações no solo, nos refeitórios, pátios, banheiros, sanitização dos ambientes, bem como a aquisição de materiais para o cumprimento dos protocolos sanitários.

Escolas privadas

O retorno ao modelo presencial, com a possibilidade de receber 100% dos alunos, aconteceu em 2 de agosto para as escolas particulares. No entanto, os familiares dos alunos poderão optar pelo estudo remoto.

Para o Grupo SEB (Sistema Educacional Brasileiro), não foi diferente. As unidades escolares estão de portas abertas para receber todos os seus alunos, seguindo os protocolos de segurança e prezando pela qualidade emocional dos estudantes. Desde outubro do ano passado que as Escolas SEB só recebiam 35% de seus alunos, e agora, já são 90% de presença.

Para as famílias que necessitam, a escola oferece a modalidade remota, porém os pais precisam assinar um termo em que se comprometem com a participação dos filhos nas atividades.

Como projeto de readaptação para os alunos, a Escola SEB propôs ações socioemocionais. A diretora da Escola SEB Unidade Ribeirânia, Célia Cristina Zanchetta Borges, explica que a proposta conta com a orientação educacional e com os professores, para que, semanalmente, os sentimentos dos alunos possam ser acolhidos. “O aluno está sempre no centro, não só na aprendizagem, mas na existência, e receber nossos alunos e alunas em um ambiente seguro e feliz é a nossa meta inicial”, declarou a diretora.

Além disso, o foco da Escola SEB está direcionado para identificar, planejar e executar ações de aprendizagem, para que, com o devido tempo necessário, as lacunas causadas pelos períodos de ensino remoto sejam sanadas.

No momento, apenas alegria e esperança permeiam a Escola SEB no retorno às aulas presenciais. “É um recomeço com muita alegria, aprendizagem, socialização, porém, sem perder o foco nos protocolos de segurança, pois a Covid-19 ainda é uma realidade que devemos batalhar para extinguir em conjunto”, disse Célia.O aluno está sempre no centro, não só na aprendizagem, mas na existência, e receber nossos alunos e alunas em um ambiente seguro e feliz é a nossa meta inicial”, declara Célia Cristina Zanchetta Borges

Escolas Estaduais

Assim como as escolas particulares, as estaduais também retomaram as atividades em 2 de agosto, seguindo todos os protocolos de segurança e respeitando os limites físicos das unidades para receber o máximo de alunos possível.

Apesar de grande parte de pais dos estudantes e de funcionários da Educação estarem contentes com o retorno às atividades presenciais, há controvérsias. Fábio Sardinha, professor da rede pública e diretor estadual do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), criticou a volta às aulas presenciais.  “O retorno, em geral, está sem segurança, porque as escolas de Ribeirão Preto nem laudo de bombeiro têm”, afirmou.

Somado a isso, Fábio reclama da falta de consenso entre o Estado de São Paulo e as prefeituras. “Nós estamos acompanhando casos e mais casos de Covid-19 nas escolas. O que acontece é que o Estado não dialoga com as prefeituras. O professor ou aluno, quando está com a doença, e quem teve contato com ele, precisam fazer exame, e as unidade de saúde não fazem se não estiver com sintomas, mas 80% das pessoas têm Covid-19 sem sintomas”, relatou o professor da rede pública.

Escolas Municipais

Diferentemente das escolas estaduais e particulares, a rede municipal ainda passa por limitações para retornar às atividades presencialmente.

Para que o retorno seja possível, estão sendo feitas vistorias por uma equipe de três médicos infectologistas da Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assistência do Hospital das Clínicas (Faepa) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP. Do total de 132 unidades escolares, 70 já foram vistoriadas. O plano é que a volta total às aulas nessas escolas aconteça de acordo com as vistorias e a vacinação dos profissionais da Educação.

Para Josimara Eduardo, mãe de Nicolas, aluno da Escola Municipal de Ensino Fundamental Raul Machado, a expectativa para o retorno é grande. “A minha expectativa é de que as aulas voltem em período integral, porque já foram dois anos perdidos, e assim, os alunos poderiam recuperar o atraso”, declarou.

Além disso, Josimara espera que os professores estejam preparados para essa volta, já que para seu filho o estudo remoto não foi totalmente aproveitado. “Na rede municipal eles dão pouco tempo de aula e não ficam o período todo na sala. Eles passam o conteúdo e deixam a criança aprender sozinha ou com os pais. Como eu trabalho o dia todo, não consigo ajudar meu filho, ainda mais sendo Ensino Fundamental. Tem muita coisa que eu não me lembro”, relatou a mãe do aluno.

Enquanto isso, as aulas na rede municipal continuam exclusivamente de forma remota. Os alunos de Educação Infantil, Ensino Fundamental, EJA e Educação Especial têm à disposição o Google Classroom, aulas ao vivo na TV aberta — por meio do Programa Escola na TV —, videoaulas, WhatsApp, Facebook e o envio de material impresso como ferramentas para a aprendizagem e a comunicação com os professores.

A vacinação dos profissionais da rede municipal, assim como das redes estadual e privada, vem acontecendo por ações. Em torno de 2 mil profissionais — das unidades municipais — precisam tomar a 2ª dose, e 3 mil já foram imunizados com as duas doses ou a dose única. No total, são 5 mil profissionais na rede municipal.

 

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