É preciso saber viver
Dudu Braga afirma que é com informação que se desconstrói o preconceito

É preciso saber viver

Na palestra exclusiva para pais de alunos do Grupo SEB, Dudu braga propõe um novo olhar sobre a pessoa com deficiência

Com uma história que se inicia igual a um conto de fadas, Dudu Braga, filho do rei Roberto Carlos, começou a contar sua trajetória na palestra “É preciso Saber Viver”, ministrada em 22 de julho, às 19h30, no Teatro da Universidade Estácio. O evento foi promovido pelo Grupo SEB especialmente para os pais dos alunos das Unidades Portugal, Lafaiete e Ribeirânia. Após a palestra, o convidado, que também é baterista, apresentou, ao lado de sua banda, o show “RC na Veia”, uma releitura de grandes sucessos do pai.

Um show fechou o evento, resgatando grandes sucessos do rei Roberto Carlos

O empresário, eleito pela revista Época, em 2005, a Personalidade do ano em Responsabilidade Social, por fundar e apoiar inúmeros projetos de inserção da pessoa com deficiência, levou ao público os erros e os acertos, os medos e as descobertas que permearam a vida de um garoto que nasceu com glaucoma e superou a doença, tendo uma vida normal até os 22 anos, quando voltou a ser assombrado pela cegueira por causa de um descolamento de retina que, hoje, praticamente o impede de enxergar.  

Para mostrar como superou a deficiência e conquistou a felicidade, Dudu fez a plateia se emocionar abordando temas como motivação, desafios, preconceito, cidadania, comprometimento, inserção no mercado de trabalho, inclusão, superação de obstáculos, sonhos e conquistas.

Para Celia Borges, um evento como este pode trazer maior consciência

Para Celia Borges, diretora da unidade Ribeirânia, o acesso à informação permite que a pessoa com deficiência seja vista pela sociedade, o que não acontecia até a década de 1990. “A sociedade passou a se organizar para recebê-las e a escola tem o papel fundamental de permitir que essas crianças desfrutem de uma rotina escolar, da qual eram excluídas. Um evento como este pode trazer maior consciência. Quem esteve aqui saiu diferente depois de ouvir o relato de Dudu, uma pessoa que não consegue enxergar, mas produz e está totalmente inserido na sociedade”, explica. 

Segundo Mônica Righi, a proximidade faz com que as pessoas comecem a entender o outro

Segundo a diretora da unidade Portugal, Mônica Righi, todo educador tem que se preocupar com a inclusão, seja ela auditiva, visual, motora ou relativa a outras diferenças. “Todos temos necessidades especiais de entender, ter mais respeito e cordialidade com o outro. Uma possibilidade como esta é algo ímpar para todos os cidadãos. A proximidade faz com que as pessoas comecem a entender o outro, facilita a convivência e a compreensão das pessoas, como indivíduos: cada um tem a sua particularidade, mas somos mais completos quando estamos juntos”, ressalta a diretora.

Para Chaim Zaher, discutir cidadania é um dever não só da escola

Para Chaim Zaher, presidente do Grupo SEB, o evento foi ao encontro de suas expectativas: tantos pais e alunos tendo a oportunidade de acompanhar a história do Dudu. “É fantástico ver uma pessoa se superar, buscar a profissionalização, trabalhar e não perder a esperança. Essa discussão é um dever não só da escola, mas de toda a sociedade. As pessoas que estiveram aqui certamente passarão a ver o deficiente com olhos mais humanos”, afirma o empresário.

Dudu Braga afirma que o deficiente é, para muitos, a antítese da felicidade e poder mostrar que a realidade não é bem essa é muito importante. “Procuro desconstruir preconceitos com informação. Claro que temos limites, mas há milhares de coisas que podemos fazer. Procurar novos caminhos e se reinventar faz parte dessa complexidade. As crianças que estudam com outras crianças com deficiência lidam com isso de forma muito natural. Todos podem trabalhar para quebrar preconceitos: peço que não olhem para a pessoa com deficiência com pena, mas com a certeza de que aquele é um cidadão produtivo, pois isso sim é o que queremos e podemos ser”, ensina Dudu.


Para lidar com as diferenças



“Muito boa, a palestra esclarece ao público como lidar com as diferenças de cada um. É excelente que a escola se preocupe em preparar os jovens para lidar com as diferenças. Temos que ensinar essa juventude a tratar as pessoas com igualdade.”

Adriana Pereira Kameneck, empresária


Ensinamento valioso




“É muito importante tratar de um assunto como este. O desenvolvimento da cidadania começa em casa e continua na escola, que é onde nossos filhos passam a maior parte do tempo. Estou saindo daqui com outros olhos e com a certeza de que reclamamos da vida por muito pouco.”

Fátima Guimarães Poliseli, vendedora

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