Ensino conectado

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Instituições de Ribeirão Preto oferecem plataformas de ensino a distância no período de isolamento e afirmam que ação auxilia positivamente na volta às aulas presenciais

Texto: Cárila Covas


A vida dos estudantes e dos professores foi intensamente afetada pelo novo coronavírus. Em razão de escolas e universidades serem espaços onde há aglomeração de crianças, adolescentes e adultos, as aulas presenciais foram suspensas desde o dia 16 de março nas instituições particulares. Dessa forma, o ensino on-line virou realidade. 

Já nas escolas públicas, as aulas foram suspensas desde o dia 23 de março e os estudantes tiveram o primeiro semestre com o aprendizado também em casa, por meio do aplicativo Centro de Mídias SP e dos canais digitais 2.2 - TV Univesp e 2.3 - TV Educação, porém sem interações simultâneas.

Na última semana de junho, o governo de São Paulo anunciou uma data prevista para o retorno das aulas presenciais: 8 de setembro. Para a efetivação da reabertura de creches, educação infantil, básica, superior e cursos técnicos e profissionalizantes, todas as cidades do Estado terão de permanecer na fase amarela do Plano São Paulo por pelo menos 28 dias. De acordo com o governo, o Estado retornará as aulas presenciais no mesmo dia.

O planejamento da retomada foi dividido em três etapas. A primeira é que, a princípio, as escolas tenham até 35% da capacidade máxima de alunos de cada sala. Na segunda etapa, até 70% dos alunos poderão frequentar as escolas a cada dia. A previsão é que haja um rodízio entre os alunos, com a segmentação do ensino em um sistema híbrido de educação, alternando entre aulas on-line e presenciais. Já a terceira etapa estabelece que 100% dos alunos retornem às salas de aulas. 

Para o avanço das fases pós retomada, será necessário que na segunda etapa 60% das regiões do Estado estejam na fase verde do Plano São Paulo, por pelo menos 14 dias seguidos. E na terceira, 80% das regiões deverão estar na fase verde do plano por mais, pelo menos, 14 dias. 

Com isso, o governo também prevê uma avaliação individual dos estudantes para recuperação do conteúdo não compreendido durante o período de ensino a distância. Dentre os processos de recuperação, será oferecido, também em 2021, o 4º ano do Ensino Médio optativo, para os vestibulandos se prepararem para ingressar no ensino superior. 

BARÃO DE MAUÁ 

A pró-reitora de Ensino do Centro Universitário Barão de Mauá, professora Valéria Tomás de Aquino Paracchini, explica que a Instituição investiu e preparou toda a estrutura de ensino virtual. “Aplicamos uma nova forma de estrutura necessária para utilização de recursos de Tecnologia de Informação e Comunicação (TICs) para a continuidade da execução das disciplinas dos cursos”, afirma. 

Além dos recursos disponíveis no Ambiente Virtual de Aprendizagem, Valéria conta que os docentes passaram a utilizar a ferramenta BigBlueButton de webconferência, que, integrada ao portal, permite a realização das aulas remotas em tempo real. “Dessa forma, os alunos estão com seus docentes no mesmo horário das aulas presenciais, possibilitando uma interação efetiva de forma remota”, pontua. 

Mais do que a plataforma, as Pró-Reitorias de Graduação e de Ensino montaram uma força-tarefa com o Departamento Didático Pedagógico, Tecnologia Educacional, TI, coordenadores dos cursos e professores para a continuidade das aulas de maneira remota. “Tivemos, também, reforços nas equipes de atendimento e de tecnologia e foram realizados investimentos em recursos para garantir o melhor atendimento ao estudante neste momento”, certifica a pró-reitora. 

Segundo Valéria, todos estão empenhados em realizar os esforços necessários para manter a rotina. “Recebemos boas respostas de todas as partes, além dos agradecimentos pelo comprometimento da instituição em manter todos seguros e, ainda sim, oferecer um ensino de qualidade”, destaca. 

A pró-reitora ainda pontua que não somente a plataforma, mas todo o conjunto de aprendizado que alunos e docentes tiveram neste momento serão muito úteis no ensino presencial. “A tecnologia, utilizada de forma correta, traz contribuições relevantes nesse processo, que vão desde uma simples organização e disposição de materiais, até as experiências de aprendizagem diversificadas com o uso de recursos tecnológicos”, conclui. 

ESCOLAS SEB

O Grupo SEB tem utilizado diversas ferramentas tecnológicas para seguir com o ensino a distância com qualidade. Segundo Márvio Lima, diretor geral das Escolas SEB, os alunos passaram apenas por uma dinamização, já que o método de ensino na instituição tem como base as tecnologias. “Sempre tivemos em nossas escolas o braço tecnológico como um dos pilares do nosso ensino. Dessa forma, os alunos já estavam familiarizados com o hábito de fazer uso de ferramentas nesse processo”, explica.

Antes do período de isolamento, já faziam parte da rotina dos alunos as plataformas Binóculo, aplicativo que auxilia na comunicação entre pais e a escola, a Scules, de gestão de aprendizagem, e a EducaCross, com jogos interativos voltados para a aprendizagem. Foram acrescentados nas unidades o uso da Microsoft Teams, lives no Youtube e a Plataforma de Ensino AZ, que apresenta uma grande variedade de videoaulas, atividades semanais com feedback imediato e a ferramenta de correção on-line de redação. Na mudança de aprendizado, os professores receberam treinamento e apoio necessários para ministrar as aulas e a transmissão do conhecimento. “A plataforma foi bem aderida e temos recebido ótimos feedbacks”, afirma Márvio Lima.

O diretor acredita que a forma de ensino pós pandemia seja híbrida, em razão da forma como os estudantes aderiram às mudanças. “Essa vertente é certa para o futuro da educação e continuaremos utilizando as ferramentas para otimizar ainda mais os estudos”, conclui.

UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO (UNAERP) 

A Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp) retomou as atividades de forma on-line no dia 13 de abril. As aulas estão sendo ministradas pelo Google For Education, um ambiente virtual no qual os professores e alunos interagem no mesmo instante. A Universidade fez o trabalho de criar os IDs Google/Unaerp, uma conta que os alunos e docentes usam especificamente para as atividades da Instituição. 

Além disso, a Unaerp investiu na contratação de um parceiro Google homologado, a empresa Nuvem Mestra, que fez, junto com a área de TI da Universidade, a implantação da solução em relação ao processo de adaptação, tanto dos alunos quanto dos docentes. Houve, e ainda está em andamento, um intenso processo de capacitação de professores e do setor técnico-administrativo e diretivo da Instituição. 

A Unaerp acredita que a plataforma será extremamente útil na volta das aulas presenciais, pois contém recursos como a possibilidade de disponibilizar vídeos, apresentações, fotos, arquivos de textos e dados com mais facilidade. "Todas as decisões, estratégias e ferramentas adotadas pela Unaerp nesse momento de isolamento que impede as aulas presenciais são pautadas pelo empenho em manter o ensino ofertado aos nossos alunos para que não percam o semestre ou mesmo o ano e, sobretudo, não sofram impacto no processo de ensino-aprendizagem. O objetivo é manter o nosso padrão de ensino, replanejamento aulas, didáticas, conteúdos curriculares, espaços para reflexão e análises críticas, garantindo a formação qualificada dos futuros profissionais", garante a reitora da Unaerp, Professora Elmara Bonini.

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