Patrimônio humano
“Neste momento, aumentar ainda mais a carga tributária é um retrocesso”, avaliam Danilo e João

Patrimônio humano

Cercar-se de profissionais com experiência e sempre atualizados faz a diferença na hora de superar as adversidades impostas pelo momento econômico recessivo

Para os jovens com 25 anos ou menos, a crise brasileira é totalmente inédita. O próprio ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, avaliou que este é o pior momento econômico enfrentado pelo país desde que o Produto Interno Bruto (PIB) é medido, afetando os níveis produtivos da economia,o trabalhador assalariado e o consumidor de bens e serviços, parando o motor que gera riquezas à nação. Quando as empresas iniciam processos de combate às dificuldades, algumas muralhas já estão corrompidas. 


Danilo Campos, bacharel em direito e contabilista da Astec Contabilidade, recomenda que os empreendedores se antecipem e tomem as ações que manterão as empresas saudáveis até o fim da turbulência, ou mesmo salvá-las da falência. “Para isso, cercar-se de profissionais com experiência e sempre atualizados é determinante”, recomenda o especialista. Uma de suas orientações é a formação de uma tríplice aliança: o financeiro da empresa, com seus números atualizados; o jurídico, com boa base legal para tomada de decisões; e o contabilista, que poderá apontar à empresa o melhor caminho a seguir diante das várias situações tributárias na complexa legislação brasileira. 
Para ele, o empresário que se encontra em uma situação financeira complicada não pode ter vergonha de assumir a própria inadimplência perante os fornecedores. Faz parte do jogo manter a frieza e escolher as principais contas a serem pagas, o que pode salvar a empresa. Para mudar o cenário, Danilo aponta que, em primeiro lugar, o Governo deve se preocupar com a taxa de desemprego. Diferente dos indicadores no âmbito nacional, de que 11,2% dos trabalhadores estão desempregados, a situação na prática parece ser mais preocupante. 


João Batista de Campos, contabilista, economista e administrador de empresas, revela que os clientes que recorrem ao escritório para processar a folha de pagamento já diminuíram em 20% o número de funcionários. “Com a classe trabalhadora desempregada, o consumo diminuirá, o que poderá parar a roda da economia”, lamenta João. A segunda preocupação do governo, de acordo com Danilo, deve ser o equilíbrio da taxa de juros e da inflação. “No Brasil está acontecendo um fenômeno contraditório. Mesmo com taxa de juros alta e menos consumo, a inflação está corroendo o salário dos trabalhadores”, ressaltam os contabilistas.


Outro desafio a ser enfrentado é o fechamento das contas públicas, onde os gastos não poderão sobrepor a arrecadação. Entre as soluções propostas pela equipe econômica do governo federal interino estão a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF), a alteração das alíquotas da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e do Programa de Integração Social (Pis). Ambos classificam essas medidas como um retrocesso. “O governo tentará salvar as contas públicas, mas prejudicará as empresas. Entretanto, algumas benesses serão criadas para micro e pequenas empresas, como o aumento do faturamento do Simples Nacional, que passou de R$ 3.600.000,00 para R$ 4.800.000,00 por ano”, estima Danilo.


O que deve ser feito?

• Ficar a par da situação financeira da empresa. Um bom software pode ajudar, desde que seja devidamente alimentado com informações importantes

• Não subestimar a crise. A empresa deve se proteger, com a colaboração do departamento jurídico e de um bom escritório de contabilidade

• Cortar despesas desnecessárias ou que não agreguem valor ao cliente — qualquer desperdício poderá contribuir para agravar a crise

• Incrementar metas e objetivos, assim como deixar os colaboradores cientes da situação, o que contribuirá para o comprometimento de todos com a eficiência e a produtividade

• Priorizar as contas mais importantes, caso não seja possível arcar com todos os compromissos; funcionários e fornecedores devem ser privilegiados

• Não buscar créditos com taxas de juros altas achando que conseguirá pagar tudo depois. O otimismo é importante, mas a racionalidade deve falar mais alto

• Cumprir rigorosamente o que for planejado na gestão da crise. Fugir do planejamento não fará bem à empresa

• Buscar novos mercados, produtos ou parceiros para o seu negócio. Inovar pode ser uma boa alternativa

 

Astec Contabilidade
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Tel.: (16) 2133.2929

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