Juristas ilustres

Juristas ilustres

Ribeirão Preto é berço de grandes juristas, que se destacaram no cenário nacional

Entre os melhores juristas do Brasil, há diversos representantes de Ribeirão Preto e região. Os magistrados se tornaram grandes nomes do sistema judiciário e são lembrados pelos seus feitos em âmbito nacional. Entre eles, Sidnei Beneti, Saulo Ramos, Laudo de Camargo e Mathias Coltro recebem o devido destaque pela trajetória e pelo legado.

1-Sidnei Beneti
Nomeado em 2007 para o Superior Tribunal de Justiça pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro construiu uma carreira de prestígio. Formou-se advogado pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em 1968, e ingressou na magistratura paulista em 1972. Em 1995, tornou-se desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Autor de quatro livros — “Modelos de despachos e sentenças”, “Da conduta do juiz”, “Execução penal” e “Magistrados: uma imagem em movimento” —, também teve atuação expressiva como legislador nas comissões de reformas da Lei de Execução Penal e de Mediação. Aposentado desde 2014, tornou-se, em 2017, aos 73 anos, livre-docente em Direito Processual Civil da Universidade de São Paulo.

2-Laudo de Camargo
Natural de Amparo, onde nasceu em 1881, formou-se bacharel em Direito pela Faculdade do Largo de São Francisco, em 1902, e chegou a Ribeirão Preto em 1915 para ser o juiz de direito da comarca. De volta à capital para assumir a 1ª Vara Cível, em 1927, deu pareceres favoráveis à oposição durante o mandato de Júlio Prestes, à frente do governo estadual. Na década seguinte, ocupou uma das vagas do Tribunal de Justiça de São Paulo e também atuou como interventorista de São Paulo pelo Governo Provisório de Getúlio Vargas. Em seu mandato, regulamentou o ensino religioso nas escolas públicas, criou o serviço de enfermagem na saúde pública e instituiu uma comissão para rever os quadros do funcionalismo do Estado e da Prefeitura da capital. Em 1932, foi nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal, que presidiu 1949 a 1951, quando se aposentou. É patrono da Faculdade de Direito da Unaerp desde a criação, em 1961. Faleceu no Rio de Janeiro, em 1963.

3-Saulo Ramos
Nascido em Brodowski em 8 de junho de 1929, o jurista foi amigo pessoal de Candido Portinari.  Saulo Ramos teve também intensa atuação política: foi chefe de gabinete de Jânio Quadros e foi ministro da Justiça durante o governo de José Sarney. Um dos pioneiros a dar formato jurídico a inovações econômicas, era uma personalidade polêmica, mas considerado pelos colegas um dos maiores advogados do século XX. Teve influência na criação da Constituição de 1988 e foi defensor de reformas na Lei da Imprensa. Durante a Ditadura Militar, defendeu políticos, intelectuais e artistas perseguidos pelo regime. Foi o criador da Advocacia Geral da União e advogado do Senado em 1992, atuando contra o ex-presidente Fernando Collor de Mello no processo de cassação de seus direitos políticos. Em 2007, publicou o livro “Código da Vida”, em que narra episódios da política brasileira de que fez parte. Faleceu em 2013, aos 83 anos.

4-Mathias Coltro
Antônio Carlos Mathias Coltro estudou na Faculdade de Direito Laudo de Camargo, tornou-se mestre em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e ingressou na magistratura em 1978, atuando em Ribeirão Preto, Jardinópolis e Rancharia. Foi juiz do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo de 1990 a 1992. Eleito desembargador em 2009, chegou à presidência da Corte em 2014. Em sua gestão, até 2015, estendeu o cadastramento biométrico para todo o estado. Foi diretor da Escola Judiciária Eleitoral Paulista e presidente do Colégio de Presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais. Possui um grande acervo de publicações que dissertam sobre o Direito da Família e a Constituição Federal, como “Constituição Federal após 20 anos: Reflexões” e “A Revisão do Direito de Família”. 

Compartilhar: