Amor e hospitalidade

Amor e hospitalidade

Planejado para abrigar idosas sem a possibilidade de prover os próprios recursos, o Lar dos Velhos da Igreja Presbiteriana acolhe, atualmente, 34 senhoras

Em 1960, a comunidade da Igreja Presbiteriana do Brasil mobilizou-se para prover um lugar que pudesse receber esposas de pastores, viúvas e irmãs que não possuíssem família ou recursos para se manter. Para isso, um espaço foi construído no Ipiranga e o trabalho consolidou-se com a passagem dos anos. Hoje, o Lar, que ganhou uma nova construção em 1986 capaz de encantar, presta serviço de acolhimento institucional para Idosas com direitos violados e/ou ruptura de vínculos familiares, impossibilitadas de prover seus próprios recursos.

Reconhecida com utilidade pública municipal e em todas as esferas públicas, a entidade conta com 16 suítes para duas ou três hóspedes, cozinha, refeitório, lavanderia industrial, posto de enfermagem, salas de atendimento individualizado e para atividades em grupo, entre outras instalações. O trabalho interno é desempenhado por 29 colaboradores contratados, que foi impactado pela pandemia de Covid-19. “A rotina da casa foi afetada de várias formas, desde a limpeza da instituição, que precisou ser triplicada, passando pelo número de afastamentos de colaboradores com a suspeita do vírus, até a restrição das visitas de familiares, amigos e voluntários, fragilizando ainda mais nossas moradoras”, relata a assistente social do Lar, Patrícia Gentil Medeiros, graduada em Serviço Social e psicopedagoga institucional.

As portas estão fechadas desde março também para o trabalho voluntário, para as parcerias com universidades da cidade e para diversos projetos que vinham sendo executados na instituição junto com a comunidade. “Apenas para citar alguns, foram suspensas as aulas de desenho com Paulo Jovanini; o projeto Pets da alegria, idealizado pela Denise Mara; as aulas de meditação, com Maitê Fernanda Gomes e Pedro Faleiros”, enumera Eli dos Reis, que preside a entidade desde o início de dezembro. Algumas atividades estão sendo gradualmente retomadas, como é o caso do grupo de prevenção de quedas, realizado em parceria com o Fundo Municipal do Idoso, também patrocinador do Projeto do Jardim Sensorial.

Segundo Rosangela Minuti, enfermeira chefe e responsável técnica do Lar dos Velhos, o controle do acesso de pessoas à instituição continua intenso. “Quando ingressam na instituição, estão sempre paramentadas para evitar o máximo qualquer tipo de contato direto com as nossas moradoras. Percebemos que, aos poucos, a cidade está restabelecendo sua rotina, porém precisamos manter todos os cuidados necessários para a preservação da vida de nossas idosas”, argumenta.

O Lar dos Velhos vive de doações, tanto de pessoas físicas quanto jurídicas, além de parcerias com a esfera pública e da sensibilização do Imposto de Renda através do Fundo Municipal do Idoso, assim como de parte do benefício previdenciário das moradoras e de eventos, bazares e outras ações solidárias, muito prejudicadas pela pandemia. 

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