Legado imortalizado

Legado imortalizado

Obra que remete à Revolução Constitucionalista de 1932 inaugurada no dia 26 de outubro é, segundo o juiz Ricardo Monte Serrat, uma reparação histórica

A Câmara Municipal de Ribeirão Preto recebeu um monumento que homenageia sete soldados do 3º Batalhão de Caçadores Paulista que lutaram e morreram na Revolução Constitucionalista de 1932. O Batalhão era sediado em Ribeirão Preto e abrigava os integrantes da Força Pública Paulista, atual Polícia Militar. A inauguração da obra ocorreu na quinta-feira, 26 de outubro. 

O juiz Ricardo Braga Monte Serrat foi o idealizador do projeto e buscou, durante dois anos, meios para realizá-lo. “Há três anos, existe uma resolução da Câmara Municipal de Ribeirão Preto que autoriza a colocação do monumento no saguão de entrada da câmara”, diz Monte Serrat, que buscou pessoalmente um artista para desenvolver a obra, assinada por Valério Diass.

Segundo o juiz Ricardo Monte Serrat, simplicidade dos traços foi proposital

Para Monte Serrat, a homenagem é uma reparação histórica. “O monumento do Granadeiro, localizado na praça XV de Novembro, estava incompleto”, explica o juiz, referindo-se à obra de Galileu Ugo Emendabile, À Epopeia de 1932”. Segundo o magistrado, a antiga obra não traz os nomes dos integrantes do batalhão da Força Pública de Ribeirão Preto.  
O monumento de granito apresenta um capacete dourado sobre a bandeira do Brasil em frente à Constituição Brasileira de 1934. “A simplicidade foi proposital. Não queria ninguém sofrendo ou armas para lembrar que foi um movimento bélico”, adiciona o juiz. Em discussão com o artista, escolheram, então, um único capacete. Segundo Monte Serrat, o equipamento de defesa representa a proteção dos soldados ao Brasil.

Para Valério Diass, a construção da obra levou em torno de seis meses porque não foi apenas o trabalho manual, mas também um extenso trabalho histórico. “Buscamos representar a obra de forma que remeta à década de 1930”, acrescenta. As palavras estão escritas conforme a gramática da época e o número de estrelas na bandeira também é a quantidade que tinha no ano de 32.

Para Nivaldo César Restivo, Coronel Comandante Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, a homenagem é importante para tornar imortal o legado dos soldados. “Gostaria que uma homenagem como esta fosse replicada em todas as cidades paulistas para não deixar esquecer o que nossos soldados fizeram pelo país”, comenta. 

Nivaldo César Restivo, Coronel Comandante Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, prestigiou a inauguração

Revolução de 32


A Revolução Constitucionalista de 1932, ou Guerra Paulista, objetivou derrubar o governo de Getúlio Vargas, que assumiu depois do golpe de 1930, e convocar uma Assembleia Constituinte. A revolução teve início no dia 9 de julho de 1932 e terminou no mesmo ano, tendo como maior vitória a Constituição Brasileira de 1934.

Foto: Newton Barbosa

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