Além da cor

Além da cor

Brancos ou tintos, fato é que os vinhos beneficiam a saúde, seja por seu poder antioxidante seja por ajudar a desintoxicar o corpo

“Conhecer a origem de cada vinho é ideal para uma degustação mais eficaz”, comenta TatianaSe pouco tempo atrás, os vinhos eram reservados apenas a ocasiões muito especiais, hoje, já fazem parte do dia a dia de seus apreciadores. Entre os motivos que tornaram a bebida cada vez mais presente no cotidiano está sua diversidade. No mundo dos vinhos, há opções com intensidade, teor alcoólico e acidez para as mais diversas ocasiões. A primeira diferença que aparece, no entanto, é muito simples: a cor. 

Diversas são as variáveis que fazem parte da composição de vinhos brancos e tintos, a começar pelas uvas que dão origem a eles. De acordo com, Tatiana Arruda, coordenadora da Grand Cru, muitas pessoas acreditam que o vinho branco é feito de uvas brancas, de casca esverdeada ou amarelada, e que o vinho tinto envolve apenas uvas tintas, de casca avermelhada ou azulada, em sua produção. No entanto, não é bem assim. "Os vinhos brancos também podem ser produzidos a partir das uvas tintas, já que o suco da fruta não tem cor. O que proporciona o pigmento à bebida são os chamados polifenóis, presentes na casca e nas sementes da uva", explica. 

A grande diferença na produção de vinhos brancos e tintos, segundo Tatiana, é que os primeiros são vinificados sem as cascas. Ao contrário dos brancos, os tintos e os rosés são fermentados junto com as cascas e as sementes das uvas — e, consequentemente, com seus taninos. Quanto mais tempo em contato com elas, mais intensa será a cor do vinho. "Os taninos, responsáveis pelo amargor do vinho, são um dos principais compostos de polifenóis extraídos durante o processo de vinificação. É por esse motivo que os tintos possuem altas doses dessas substâncias, os contrário dos brancos", lista a coordenadora.

No entanto, isso não quer dizer que as bebidas claras não fazem bem à saúde, pelo contrário: os vinhos brancos também são poderosos desintoxicantes, além de boas fontes de potássio, cálcio e magnésio.  

 Confraria

“Após um tempo degustando e estudando vinhos, estabeleci algumas preferências relativas a regiões viticultoras, e não somente determinada casta. A França é para onde meu interesse está voltado atualmente, com destaque para seis regiões: Borgonha, Alsácia, Jura, Loire, Champagne e Bordeaux. Minha única ressalva é para que se evite vinhos comerciais, mainstream e tecnológicos. Esses, além de não trazerem benefícios à saúde, não expressam o terroir de origem ou o verdadeiro sabor da uva pelas mãos do vinhateiro. A dica é conhecer os pequenos produtores das regiões que gostamos ou, se grandes produtores, aqueles que mais respeitam a natureza e o terroir de origem da casta, produzindo vinho de forma autêntica. Entre os meus vinhos preferidos está o Puligny-Montrachet, 2005, do produtor Philippe Pacalet, elaborado a partir da casta branca Chardonnay, na melhor região do mundo para vinhos brancos, a Côte de Beaune, na Borgonha. Ali, os míticos rótulos do vinhedo Montrachet, como este exemplar, envelhecem maravilhosamente bem e trazem notas de mel, ervas, nozes, cogumelo, maçã verde e lichia, tudo envolto por uma bela acidez e mineralidade notáveis em boca. O produtor citado trabalha de forma biodinâmica e orgânica.”
João Carlos França Peres, analista judiciário federal.

Região produtora

A Côte de Beaune, na Borgonha é reconhecida pelos seus excelentes vinhos brancos, como o Corton-Charlemagne. Entretanto, os tintos como o Volnay também integram a lista dos famosos rótulos que saem de suas terras.



Tintas

Cabernet Sauvignon: esta uva produz vinhos encorpados, discretamente tânicos e com aromas herbáceos, que envelhecem muito bem em garrafa. 

Merlot: a fruta desta qualidade produz bebidas macias e encorpadas, com aromas e sabores frutados, ideais para serem consumidas ainda jovens. 



Brancas

Sauvignon Blanc: sucesso em vários países, a casta resulta em um vinho suave, com boa acidez e sabor discretamente herbáceo, especialmente quando produzido na França.

Chardonnay: originária da Borgonha, é responsável por produzir os mais famosos brancos e espumantes. A cepa produz bebidas encorpadas, macias e muito elegantes.



 Vale a pena

Pinot Noir “Hugel”, 2010: um excelente vinho para degustar no dia a dia, este Pinot Noir autêntico tem cor rubi claro, notas de cereja vermelha madura, couro e ervas, boa acidez e alta mineralidade.

Vosne-Romanée Closdu Château, 2011: esse tinto 100% Pinot Noir, é um vinho mágico, com uma linda cor rubi claro, notas de cereja vermelha, cogumelos, floresta e couro. Na boca, tudo confirmado e envolto por uma acidez incrível, que prende o olfato.


 

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