Força do lúpulo

Força do lúpulo

As India Pale Ales, queridas de muitos cervejeiros de plantão, têm no amargor e no aroma suas principais características

A receita da India Pale Ale, ou IPA, surgiu pela necessidade de se ter uma bebida que não estragasse depois de longas viagens. “No começo do século XIX, a colonização britânica na Índia já estava bem estabelecida e os soldados precisavam de cerveja. A solução foi produzir a Pale Ale com mais álcool e lúpulo, notórios conservantes naturais. A cada barril de cerveja pronta, várias doses extras de lúpulo foram adicionadas que passaram a funcionar como conservantes. O resultado foi uma cerveja com cerca de 7% de álcool, extremamente amarga”, explica Tío Limongi, mestre cervejeiro da Cervejaria SP 330.

Anos mais tarde, os americanos reinventaram a receita, criando a American Pale Ale, uma cerveja com lúpulos mais frutados e cítricos. Com o passar dos anos, mais bebidas lupuladas foram criadas. “O mundo dos lúpulos é fascinante. Há cada dia mais opções, com diferentes características, tanto aromáticas quanto com mais sabor e amargor. Também há variações do mesmo produto, plantado em outro país, por causa do ‘terroir’. Nas receitas da SP 330, pretendemos não repetir os mesmos lúpulos. Por exemplo, as receitas das nossas American IPA e Imperial IPA são totalmente diferentes, não se trata apenas de uma variação de teor alcoólico”, explica Limongi.

A sommelière de cervejas, Joice Buzatto, explica que, além dos estilos citados, existem também as Imperial IPAs, as Session IPAs e as India Black Ale. A primeira, segundo a especialista, surgiu de uma cervejaria norte-americana que desejava acrescentar mais amargor e teor alcóolico à receita. Já a Session é uma versão menos alcoólica, enquanto a India Black Ale possui maltes tostados, sendo, assim, a versão escura das IPAs. 

 As favoritas do cervejeiro

Tío Limongi é especialista em IPAs. Suas favoritas incluem cervejas brasileiras e estrangeiras.

Green Cow, Seasons: de coloração âmbar e levemente turva, tem uma pegada forte de lúpulo.

Union Jack, Firestone: possui aromas de abacaxi, frutas cítricas e pinho.

Polimango, Tupiniquim: feita em parceria com a cervejaria sueca Omnipollo, a receita leva aveia em flocos e três variedades de lúpulo cítrico.

Mosaic Lover, Cervejaria Dogma: na sua composição, há apenas um tipo de lúpulo, estrela da receita, feita com a técnica hop boost, em que o lúpulo é adicionado apenas no final da fervura.

Serra Nevada, Torpedo: de sabor equilibrado, tem aromas de pinho e frutas tropicais.

Tío Limongi

 Primeira opção


A sommelière de cervejas Joice Buzatto é fã das India Pale Ales. “Esta é sempre uma das minhas primeiras opções quando vou comprar. O amargor me agrada e os aromas me conquistam”, revela Joice. Entre rótulos nacionais, internacionais e ribeirãopretanos, a especialista cita como suas favoritas a Californication, da SP 330, a Cacau IPA, da Cervejaria Bodebrown, e a Punk IPA, da Cervejaria Brewdog. No estilo, também é comum encontrar variações com adição de frutas e especiarias. “Praticamente, todas as frutas podem ser usadas na produção de cerveja. Esse estilo veio crescendo e foi chamado de New England IPA, North East IPA e Juicy IPA. São nomenclaturas diferentes usadas para o estilo”, explica a sommelière.

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