O polo da cerveja

O polo da cerveja

Na história de Ribeirão Preto, as cervejarias e choperias sempre marcaram presença; hoje a cidade se consolida como polo de produtoras artesanais

O presidente da ACIRP, Dorival Balbino, revela que a união das microcervejarias as fortaleceDesde o século XIX, quando pequenas fábricas se instalaram em Ribeirão Preto, a cidade está, de um jeito ou de outro, ligada ao universo cervejeiro. A qualidade da água, extraída diretamente do Aquífero Guarani, ajuda a explicar os motivos para essa relação longeva e harmoniosa. Além delas, as primeiras grandes fábricas foram a da Companhia Antarctica e a da Companhia Paulista, na década de 1910. As duas se fundiram em 1973, formando a Companhia Antarctica Paulista.

A grande cervejaria qualificou trabalhadores e projetou Ribeirão Preto, que ganhou fama como “a cidade do chope”. Em 1936, a inauguração da Choperia Pinguim consolidou essa história, tornando-se um patrimônio da cidade. O número de cervejarias que escolheram o município como sede foi aumentando gradativamente. Hoje, o destaque é a produção de cervejas e chopes artesanais. 

Por conta da necessidade de adaptações para um comércio lucrativo e crescente, a Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (ACIRP) criou o Polo Cervejeiro. “Pensando na classe empresarial e em apoiar o empreendedorismo, a ACIRP, por meio do Programa Empreender, uniu-se aos empresários do ramo e, em 2015, criou o Polo Cervejeiro. Sua missão é promover a cultura cervejeira na cidade, fortalecendo sua identidade, além do associativismo e a união das empresas”, declara Dorival Balbino, presidente da ACIRP. 

Jovem integrante

A Cervejaria SP 330 é uma das mais jovens de Ribeirão Preto. Tio Limongi, que está à frente da marca, conta que a sociedade para a abertura da cervejaria foi feita em 2014, ainda na Argentina, sua terra natal. “Marcos Sorrilha me convidou para fazer uma cervejaria em Ribeirão Preto. Fábio Antônio também abraçou nosso projeto, que começou a funcionar junho de 2016”, acrescenta. A proposta da cervejaria é fazer bebidas de estilos lupulados e com muito rock’n’roll, como se pode ver pelos rótulos da marca, todos com nomes de hinos do rock.  Hoje, o mercado está mudando devagar, mas é o trabalho das cervejarias que fará crescer o segmento. “Sempre falo que beber uma cerveja industrial e uma artesanal é como beber um refrigerante e um suco natural. Temos que trabalhar unidos para alcançar um crescimento do mercado e o reconhecimento da cerveja artesanal como produto nobre”, completa o proprietário. 



Chope e gastronomia

A tradição de Ribeirão Preto atrai o olhar de grandes empreendedores. É o caso do Grupo Jops, um dos produtores locais de chope, criado por Odair Mazaroski. O empresário concorda que a cidade tem as condições perfeitas para as cervejarias. “O clima e a fama, que vem da tradição centenária na produção de cervejas, justificam essa nova fase da bebida no município”, comenta. A alta das microcervejarias inspirou a criação dos chopes artesanais da marca: All Jops, um american lager; Marylin, um german pilsner; Black Bull, um schwarzbier; Elvis, um american pale ale, e JP, um weiss. “Queríamos um produto com a nossa marca para servir nos seis estabelecimentos que compõem o nosso grupo em Ribeirão Preto”, justifica Odair.

Cervejarias em números

1,8 milhão de litros de cerveja é a produção anual das seis micro cervejarias do polo cervejeiro. Uma cervejaria industrial chega a produzir 20 milhões de litros por dia .

9 micro cervejarias estão instaladas na cidade de Ribeirão Preto, tornando a cidade o maior polo cervejeiro de São Paulo. Em todo o estado, são cerca de 64.

As microcervejarias produzem, no máximo, 5 milhões de litros de cerveja por ano. As grandes cervejarias produzem cerca de 20 milhões por dia. Segundo a ACIRP, as pequenas sofrem com a tributação excessiva, por não possuírem a mesma capacidade de distribuição do produto nas gôndolas das redes supermercadistas.

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