Os vários sabores da Califórnia
Com características mediterrâneas, o clima californiano é um dos responsáveis pela história vinícola cada vez mais rica desse pedaço dos Estados Unidos, especializado em vinhos robustos e encorpados
A Califórnia é uma das maiores responsáveis pela produção de vinhos do Novo Mundo, estando atrás, apenas, dos três países mais tradicionais na vitivinicultura internacional: França, Itália e Espanha. O estado norte-americano é conhecido por produzir variedade com muita qualidade. “Acredito que, por isso, esses vinhos são cada vez mais apreciados pelos conhecedores. São rótulos confiáveis, feitos com boa técnica, que podem ser comparados aos grandes vinhos produzidos nas mais importantes regiões vinícolas mundiais”, explica Lucas Virgílio, sommelier World Wine.
Segundo o especialista, a produção norte-americana, assim como acontece com a indústria e os bens de consumo do país, prima pela qualidade e pelo emprego de alta tecnologia. Porém, também é possível encontrar pequenos produtores, ora advindos de regiões europeias, ora do próprio país, que preferem se dedicar à produção em pequena escala usando técnicas mais tradicionais.
A Califórnia é responsável por mais de 90% da produção norte-americana. O Napa Valley merece destaque por conta do reconhecimento conquistado em função da qualidade dos tintos e dos brancos que produz. Outras três áreas californianas são reconhecidas pela produção vinícola: Sonoma, Mendocino e Lake.
Juntas, as regiões californianas produzem mais de 100 variedades, entre elas, Merlot, Pinot Noir e Cabernet Sauvignon, que são as estrelas dos vinhos norte-americanos. “O cultivo dessas uvas resulta em vinhos robustos, marcados por muita fruta e presença de madeira. Em geral, são vinhos conhecidos como ‘gordos’, ricos em glicerol e com taninos redondos e macios”, apresenta o sommelier.
Os estados do Óregon e de Nova Iorque também têm bons vitivinicultores. “Outras áreas importantes são os estados de Washington — não Washington D.C e, sim, o estado que fica na Costa Oeste — e da Virgínia”, lista Lucas.
Confraria
“Fiz uma viagem ao Napa Valley, nos Estados Unidos, região pouco explorada que abriga centenas de vinícolas, de produções caseiras à escala industrial. Lá, tive o privilégio de fazer uma degustação agendada, ao lado dos meus confrades. Naquele lugar lindo, degustamos um dos melhores Chardonnay que já experimentei. Às vezes, as pessoas ficam focadas em conhecer apenas famosas regiões da França, da Espanha e da Itália e esquecem que outros países, como os Estados Unidos, produzem excelentes Cabernets, Chardonnays, Merlots, Pinots e Shiraz.” Gilberto Maggioni Júnior, médico.
Região produtora
O Napa Valley reúne condições ideais para o cultivo de uvas de boa qualidade para a produção de vinhos. Vale ressaltar que muitas vinícolas abrem a adega apenas em degustações agendadas.
Dica do sommelier
O sommelier Lucas Virgílio apresenta um dos principais vinhos da Califórnia.
Beringer Knights Valley: um ícone norte-americano produzido com a Cabernet Sauvignon na região do Vale do Napa, é uma bebida densa e encorpada, produzido apenas em anos excepcionais.
Vale a pena
Chateau Montelena, 2012: esse Chardonnay traz toques cítricos, camadas de frutas tropicais combinadas a notas de avelãs tostadas. Na boca, é vibrante e fresco, com um acabamento marcante.
Stags’ Leap, 2009: esse Cabernet Sauvignon possui cor rubi com reflexos violáceos, aroma de frutas negras maduras, notas de especiarias e toques herbáceos, com sabor encorpado e taninos aveludados.
