Razão extra para brindar

Razão extra para brindar

Celebrado no dia 4 de junho, o Dia do Vinho é uma oportunidade para conhecer novos rótulos e promover boas degustações

Recentemente Lucas visitou a vinícola para aprimorar os conhecimentosTradicionalmente comemorado no primeiro domingo de junho no Sul do Brasil, o Dia do Vinho está conquistando as demais regiões do país. O principal objetivo dos apreciadores da bebida é nacionalizar a data, já que o produto produzido no país vem conquistando cada vez mais espaço no mercado — um motivo extra para celebrar. 

O vinho é uma bebida milenar, inicialmente usada em rituais de cura, adoração aos deuses e outras temáticas na Grécia e em Roma antigas. Na atualidade, o vinho é intimamente relacionado às refeições e a momentos especiais, que pedem uma dose de comemoração e requinte. “O mais importante na celebração do vinho é desfrutar suas características, suas nuances. Em boa companhia ou sozinho, vale a pena lembrar que o ritual do vinho não precisa ser chato ou pedante. Vinho é confraternização, é festa, é amigos e família, é boa comida e momentos especiais”, apresenta o sommelier Lucas Virgilio, da World Wine. 

De acordo com o especialista, o aumento do consumo de vinhos na cidade vem acontecendo por dois motivos: primeiro, a população começou a pegar gosto pela bebida; além disso, o poder aquisitivo talvez tenha crescido, o que aumenta o acesso das pessoas à bebida; na outra via desse processo, os preços de bons rótulos caíram com a moeda americana mais estável. Outro ponto a destacar são os benefícios e as qualidades dos vinhos recentemente descobertas pela ciência. Isso também pode estar atrelado a esse aumento. “A segunda hipótese, que espero estar errado, é a necessidade de status. Vinho, no Brasil, ganhou título de nobreza e muitas pessoas acabam consumindo por achar elegante. Não deixa de ser, mas o mais bacana do vinho é a simplicidade com que se consome. Vinho bom não precisa ser extremamente caro e vinho caro nem sempre é bom”, acredita o especialista. 

A vinícola Lidio Carraro Agnus encanta pelo estilo “purista” de produçãoSegundo o sommelier, entre os rótulos nacionais, aqueles das vinícolas Miolo, Valduga e Salton são os mais famosos e chamam a atenção pela qualidade. “Além disso, o país conta com vinícolas menores, cujos vinhos são feitos graças a muita dedicação. Muitos deles envolvem uma tecnologia de fazer inveja aos melhores produtos internacionais, como a vinícola Marchese di Ivrea, localizada na nossa região, em Ituverava, que gosto muito. É feito de Sangiovese de Clones importados e fiel ao estilo toscano de produção”, comenta Lucas. 

A Luiz Argenta, vinícola boutique localizada em Flores da Cunha, no Rio Grande do Sul, também chama atenção pelos vinhos brancos frescos e pelo delicioso espumante. “Já a vinícola Lidio Carraro Agnus encanta pelo estilo “purista” de produção com intervenção mínima em todos os estágios. Recentemente, a Agnus ganhou uma ótima pontuação de uma das maiores críticas de vinhos do Reino Unido, a Jancis Robinson”, 
finaliza Lucas. 

Confraria

“Em uma viagem com minha família à África do Sul, tive a oportunidade de vivenciar experiências únicas numa região conhecida pela exportação de vinhos. Fomos à Cidade do Cabo onde fica Constantia que, além de linda, é a região mais antiga de produção de vinhos do país. Lá, degustei um delicioso vinho de sobremesa, considerado um dos melhores vinhos do mundo, o Klein Constantia, um verdadeiro clássico. Também tive a oportunidade de conhecer Stellenbosch, outra cidade importante na rota dos vinhos, que reúne mais de 400 vinícolas dos mais variados tipos e tamanhos, com estrutura impecável para receber os turistas com vinhos excepcionais a ótimo custo. Entre as uvas famosas do local estão a Pinotage, que surgiu do cruzamento das castas Pinot Noir com a Cinsault, Cabernet Sauvignon, Pinot Noir, Shira e Merlot, consideradas as famosas tintas. As principais brancas são Chardonay. Chenin Blanc, Sauvignon Blanc, Sémillon e outras, como Pinot Gris e Viognier.” Rodrigo Costa, médico.

Região produtora

A África do Sul é considerada um paraíso para os apreciadores de bons vinhos, pois possui cerca de 23 regiões que abrigam belas e famosas vinícolas. 

Vale a pena

Avondale Pinotage, 2012: esse vinho tradicional apresenta notas de framboesa, cereja, morango e ameixa, com elegante toque de madeira. No paladar, mostra corpo médio e frutado.

Klein Constantia, 2011: esse vinho apresenta aroma de cerejas negras, com notas de canela e especiarias. O paladar é denso, rico e frutado, com taninos suaves, mas vibrantes.

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