Uma questão de origem
Quando utilizado no rótulo, o termo “Reserva” sugere que há algo especial naquele vinho — o que nem todos sabem é que seu significado muda, de acordo com a origem da bebida
Quando se lê a palavra “Reserva” estampada no rótulo de um vinho, a primeira ideia que se vem à cabeça é que aquela bebida tem algo especial. No entanto, para entender o significado dessa denominação, é preciso saber, primeiro, de onde vem o vinho em questão. Isso porque cada país produtor o utiliza de maneira particular — em alguns, de maneira certificada e em outros, não.
Nos vinhos espanhóis, por exemplo, “Reserva” ajuda a desvendar o tempo de envelhecimento da bebida. “Os vinhos Reserva no país são aqueles que ficaram, pelo menos, 24 meses em barricas de carvalho e 12 meses na bodega antes de serem lançados ao mercado consumidor”, ensina sommelier Lucas Virgílio, da World Wine. Na Espanha, uma lei serve como referência para tal classificação.
Na Itália, o termo também é controlado por uma legislação específica e significa que o vinho recebeu um envelhecimento extra antes de ser colocado à venda. Em outras palavras, quer dizer que a bebida, por ser diferenciada, mereceu um envelhecimento adicional. Na França, “Reserva” indica, tradicionalmente, que aquele rótulo possui uma qualidade superior, quando comparado aos demais rótulos da mesma vinícola. A mesma associação pode ser feita em relação aos vinhos americanos, ainda que não haja uma regulamentação específica sobre o assunto no país.
Na América do Sul, não é possível padronizar o significado de “Reserva”. Nos vinhos chilenos, argentinos e brasileiros, a expressão pode indicar uma passagem prolongada por barrica de carvalho, uma safra especial, uma estratégia de vendas ou, simplesmente, não indicar nada. “Alguns bons produtores optam por não utilizar o termo ‘Reserva’, principalmente, na América do Sul. Eles preferem encontrar outras formas de distinção para seus produtos”, afirma Lucas.
Dica do sommelier - Por Lucas Virgílio
“Os vinhos ‘Reserva’ costumam possuir maior complexidade e amplitude aromática, assim como estrutura em boca”.
Magna Carta de coloração vermelho grená e aspecto límpido, carrega um aroma intenso de compota de frutas vermelhas, notas de tostado e especiarias doces. Em boca, é frutado, harmonioso e de final persistente.
Yali by Vinã um vinho com paladar envolvente, com aroma de frutas vermelhas e negras, como amora e cereja, mescladas a nuances de pimentão e especiarias.
Confraria
“Aprecio vinhos há alguns anos, essa bebida milenar me trouxe grandes oportunidades para encontrar amigos, reforçar laços de amizade e conhecer pessoas. Estou sempre em busca de conhecer novos rótulos e produtores, além de aprofundar as experiências adquiridas. Recentemente, tive a chance de degustar e conhecer melhor alguns vinhos alemães feitos com as uvas brancas Riesling e Silvaner, das regiões Rheingau e Franken (Francônia). Posso dizer que eles são ótimas opções para o clima quente de Ribeirão Preto, que predomina em boa parte do ano.” André Luiz Alves Ligeiro, Procurador da Fazenda Nacional.
Vale a pena
Iphöfer Kronsberg Silvaner Kabinett Trocken: um dos vinhos mais emblemáticos da região da Francônia, é bastante seco, mas forma um conjunto harmônico e fresco.
Deinhard Green Label Riesling: um vinho de cor amarela-palha, no paladar expressa sutis aromas de maçã verde e limão. Bom corpo, estrutura e acidez também são encontrados nesse vinho.
Região produtora
O clima e o solo da Alemanha favorecem o amadurecimento das uvas brancas — daí vem o prestígio do país na produção do vinho.