A versatilidade da Zinfandel
Conhecida como “joia da Califórnia”, a uva origina vinhos tintos que acompanham muito bem diferentes tipos de carnes
Testes científicos realizados nos anos de 1990 já comprovaram: a Zinfandel produzida na Califórnia, nos Estados Unidos, tem equivalência genética com a uva Primitivo, muito cultivada na região da Puglia, no sul da Itália. As duas castas têm origem na uva croata Crljenak Kastelanski.
De acordo com o sommelier Marco Antônio Tegano, do Museu da Gula, a casta foi levada aos Estados Unidos pelos europeus em meados do século XIX. A adaptação da uva ao clima e aos solo característicos daquele país foi surpreendente, com destaque para as regiões de Sonoma e Napa. “Por causa da adaptação extremamente favorável, as terras norte-americanas respondem, atualmente, por 90% da produção mundial da Zinfandel, que se tornou a uva mais emblemática da Califórnia”, explica o especialista. A casta também é cultivada, em menor proporção, na África do Sul, no México e na Austrália.
De forma geral, os vinhos tintos da Zinfandel apresentam bom aroma frutado, com coloração rubi violácea profunda, bons taninos, acidez equilibrada, normalmente macio e redondo. No paladar, o destaque é para as frutas vermelhas, como framboesa, amora, cereja e ameixa, com notas de baunilha, tabaco e especiais nos mais envelhecidos. “Extremamente equilibrados, os tintos elaborados com a casta são excelentes opções para harmonizar com a carne vermelha, especificamente filet mignon, e queijos amarelos”, sugere o sommelier.
O vinho “branco” produzido a partir desta uva, conhecido como White Zinfandel, é bastante famoso no mercado americano. Sua coloração mostra que a casca foi rapidamente retirada depois de ser esmagada. Dessa forma, fica garantido o menor contato possível da fruta com a pigmentação característica da tinta — o resultado são vinhos com coloração rosada.
Dica do sommelier
Vinho Americano Robert Mondavi Woodbridge Zinfandel: de cor vermelho rubi, possui aroma intenso e notas de frutas, como morango e cereja, além de toques florais e uma delicada nota de baunilha. No paladar, tem corpo médio, frutado, saboroso e bastante refrescante.
Marco Antônio Tegano, sommelier
Confraria
“Acredito que a melhor forma de conhecer bem um vinho é degustá-lo na sua região de origem. Essa oportunidade traz um sabor único ao rótulo fazendo com que ele fique marcado nas nossas memórias. Em uma das viagens com a Confraria, estivemos em Sonoma Valley, considerado o berço da indústria do vinho na Califórnia. O local possui mais de 300 vinícolas que fabricam vinho em menor escala, e também fornecem uvas para a produção de bebidas finas e de alta qualidade. Entre as principais castas de uvas tintas estão Merlot, Pinot Noir, Cabernet Sauvignon e Zinfandel — esta resulta em vinhos inesquecíveis; a Cabernet Franc e a Syrah que traduzem vinhos estruturados. Já a casta branca pode citar o carro-chefe a Chardonnay, a Sauvignon Blanc e a Pinot Gris. Como não poderia faltar, a White Zinfandel que produz vinhos rosé.”
Wantuil Olivieri Freitas, médico.
A Califórnia é uma das maiores e melhores regiões produtoras de vinhos do Novo Mundo, com rótulos conhecidos, respeitados e prestigiados por sua qualidade.