Viagem a Portugal
Para os apreciadores de vinhos, uma viagem a famosas regiões viticultoras, como as portuguesas, podem tornar a bebida ainda mais saborosa
Quando o assunto é vinho, Portugal carrega uma história repleta de sabores, representada pela qualidade e pela personalidade das uvas com as quais são produzidas. Além disso, o local possui mais de 258 castas autóctones (uvas que simbolizam determinado país ou região produtora; são chamadas também de uvas nativas).
O sommelier Marco Antônio Tegano, do Museu da Gula, esteve recentemente em Portugal, mais especificamente, na região do Douro, lugar de origem de um dos vinhos mais conhecidos do planeta, o vinho do Porto. A localidade se destaca pela altíssima qualidade dos seus vinhos de mesa e é caracterizada pela paisagem marcada por terraços ao longo do vale do rio Douro, uma forma milenar e bastante eficiente de cultivo. “Nessa região, conhecemos todos os encantos, sabores e aromas da Vinícola Quinta do Portal, uma vinícola boutique que produz rótulos com paixão; o projeto tem como base um vinhedo centenário”, pontua o sommelier. Os vinhos dessa vinícola se caracterizam pela elegância e pelo frescor. Um dos ícones, o Quinta do Portal Grande Reserva 2011, foi eleito o melhor de Portugal e melhor vinho de Lote em 2016.
Saindo da região do Douro, o sommelier e seus confrades foram a Lisboa conhecer a vinícola ManzWine, que está localizada no pequeno vilarejo de Cheleiros, há cerca de 30 minutos da capital portuguesa, e de um microclima singular, demarcando a fronteira entre a influência marítima e a proteção amena da ribeira local. “Esse projeto teve início em 2005, quando o brasileiro André Manz montou uma vinícola boutique, a ManzWine, e iniciou a produção de vinhos com foco em qualidade, incluindo um preparado com a varietal da casta Jampal, único no mundo”, pontua Marco.
O especialista destaca que o vinho Manz Cheleiros Dona Fátima tem como característica aromas florais e frutados; no paladar, traz frescor cítrico, uma acidez deliciosa e uma complexidade advinda do estágio em barricas novas, que dá ao vinho um caráter persistente e envolvente. “Para percebermos o potencial de guarda desse vinho fizemos uma degustação vertical desde a safra 2015 até a safra 2010. O resultado da safra de 2015 é uma bebida bem fresca, aromática e com uma acidez deliciosa; conforme fomos degustando as safras anteriores, o vinho foi se tornando mais complexo no olfato e no paladar, já saindo do frescor para aromas de frutas amarelas maduras, com paladar mais untuoso e cremoso”, conclui.
Confraria
“O vinho é um estado de espírito, por isso, cada rótulo degustado leva com ele um sabor único. O vinho tem a ver com relação, a companhia e o momento em que é consumido, que o tornam mais saboroso. Entre os rótulos mais marcantes da minha vida está o Champagne Veuve Clicquot, degustado ao lado da minha esposa, Carla, em Campos do Jordão. Na ocasião, brindamos uma conquista da nossa família com a bebida, enquanto provávamos queijos maravilhosos em frente à lareira. O vinho em si faz um convite ao brinde, seja nas confrarias, em jantares românticos ou familiares. Na verdade, o vinho é um grande companheiro em diversos momentos.” Fernando Freitas, constelador sistêmico familiar.
Dicas
Veuve Clicquot Brut: esse champagne traz coloração palha, com borbulhas finas e intensas e aromas finos de maçã, flores brancas, brioche e tostado. Em boca, apresenta muita elegância, com final longo e mineral.
Billecart-Salmon Brut: com aromas sutis, delicados e extremamente elegantes, em boca, esse rosé se mostra cremoso e leve, com um toque de framboesas e final longo e persistente.
Duorum Porto Vintage, 2007: muito encorpado e com grande estrutura, esse vinho apresenta uma acidez equilibrada com aroma elegante e muito intenso. É um vinho licoroso muito persistente e harmonioso.
