Empresas de Ribeirão Preto investem em bioinformatização
Setor tem um dos dez jovens mais empreendedores do Brasil segundo revista MIT Technology Review; em Ribeirão Preto, setor está e

Empresas de Ribeirão Preto investem em bioinformatização

Setor tem um dos dez jovens mais empreendedores do Brasil segundo revista MIT Technology Review

Os últimos quatro anos podem ser considerados importantes para o setor de Informática Biomédica – ainda pouco conhecido por muitos brasileiros, mas que vem ganhando reconhecimento pelos avanços.

Desde 2009 Ribeirão Preto é citada em diversas notícias sobre empreendedorismo e inovação nesta área, que abrange Bioinformática, Desenvolvimento de Sistemas, Processamento de imagens médicas através de sistemas de auxílio ao diagnóstico (como a identificação de um câncer no pulmão, áreas infartadas do coração) e engenharia biomecânica – bastante conhecida pelo trabalho de Miguel Nicolelis.

O informata biomédico Mário Sergio Adolfi Jr. (ao centro de preto) é um dos responsáveis pelo reconhecimento que o setor vem recebendo. O empreendedor, formado em 2010 pela Universidade de São Paulo (USP), campus Ribeirão Preto, foi eleito pela revista MIT Technology Review um dos dez jovens mais inovadores do Brasil pelos projetos desenvolvidos e implantados na saúde. 

Embora o curso de Informática Biomédica tenha avançado nos últimos anos, Adolfi Jr. revela que o número de profissionais da área ainda é pequeno. Em todo o Brasil, somente a USP de Ribeirão Preto e a Universidade Federal do Paraná (UFPR) oferecem o curso como opção.

“É uma área muito nova. O curso é muito novo. Fiz parte da terceira turma da USP. Mas, estamos evoluindo bem. O Brasil caminha ao lado dos líderes deste setor. Estamos em caráter competitivo com qualquer país do mundo, neste setor”, conta o empreendedor. 

Caminho empreendedor

Em 2006, calouro do curso, Adolfi Jr. conseguiu ingressar na primeira turma de estagiários da recém-criada InfoBio Jr. – primeira empresa júnior de Informática Biomédica do Brasil formada somente por universitários.

Em seguida, passou a integrar a diretoria de projetos e em 2007 assumiu a diretoria. E logo tornou-se presidente da empresa.

“A InfoBio Jr. foi importantíssima para a minha carreira. Foi lá que tive a oportunidade de adquirir uma experiência empreendedora e coragem para investir em projetos na informática médica. Lá, tivemos muito apoio dos professores”, diz.

Desenvolvimento do setor

Milena Myti Yamamoto, graduanda em Informática Biomédica da USP e presidente da InfoBio Jr., cita o Clever Care como a atual grande criação do setor de informática biomédica. O software é um framework inteligente de gestão remota, orientação e cuidado personalizado que foi criado pela Kidopi – empresa criada por Mário Sergio Adolfi Jr.

“O software provê um suporte personalizado para pacientes via SMS. Ele funciona a partir de uma troca de mensagens, onde é possível realizar o monitoramento de remédios, acompanhamento de doenças, confirmação de consultas, ente outros”, conta Milena.

Além do Claver Care, André Moreira Pessoni, diretor de Marketing e Comunicação da InfoBio Jr., cita o Projeto Andar de Novo – do neurocientista Miguel Nicolelis – que desenvolveu um exoesqueleto controlado por atividade cerebral como uma das invenções mais importantes do setor. “O exoesqueleto permite que uma pessoa paraplégica caminhe novamente, devolvendo aos pacientes as sensações do contato com o mundo exterior”, explica.

Mercado em expansão

André Moreira Pessoni partilha da mesma opinião de Adolfi Jr. Ele diz que o Brasil possui um grande déficit de profissionais na área, pois os investimentos são recentes. No entanto, ele conta que o setor apresenta grande crescimento. “Estamos progredindo consideravelmente e ganhando cada vez mais visibilidade entre a população”, conta.

Sobre o futuro das ciências médicas à sombra da informatização, Milena Myti Yamamoto afirma que uma previsão é difícil. Mas, segundo ela, como surgem novos softwares e dispositivos que auxiliam médicos a cada dia, a presidente da InfoBio Jr. acredita que a informatização estará cada vez mais presente nas ciências médicas.

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Bruno Silva
Fotos: Julio Sian

* Publicado em 16/07/2014

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