Estudantes e servidores da USP marcam manifestação por Bom Prato

Estudantes e servidores da USP marcam manifestação por Bom Prato

O objetivo é convencer administração do Hospital das Clínicas e o governo do estadual a mudarem de posicionamento

Estudantes de medicina da USP de Ribeirão Preto e funcionários do Hospital das Clínicas (HCRP) organizarão nesta segunda-feira, dia 7, manifestação pela implantação de um restaurante do Programa Bom Prato, do Governo do Estado, no campus da universidade. Os manifestantes pretendem servir, no horário do almoço, uma macarronada aos presentes no local.

A prefeita Dárcy Vera (PSD) vem desenvolvendo uma campanha pela implantação do Bom Prato no HC. Ela já esteve no local conversando com pacientes e resolveu liderar a campanha. Entre as ações está a coleta de assinaturas em um abaixo-assinado enviado para centenas de cidades.

No último dia 26, durante a inauguração do Parque Tecnológico de Ribeirão Preto, a prefeita foi à cerimônia com a camiseta da campanha, levou pessoas vestidas com elas e entregou uma ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), sugerindo que a vestisse. Ele não vestiu.

Na entrevista coletiva, o governador não garantiu que haverá a implanrtação. “Nós já temos um Bom Prato em Ribeirão Preto. E a gente sempre procura atender mais municípios, expandindo o programa que é muito bem avaliado. Nós vamos verificar a possibilidade de instalar o segundo restaurante na cidade”, afirmou o governador.

Além disso, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social alega que não tem nenhum imóvel disponível para a instalação do restaurante. Quanto à existência de um restaurante Bom Prato no Centro, os organizadores da manifestação argumentam que pelo hospital passam pessoas de centenas de cidades.

O Centro Acadêmico Rocha Lima, do curso de Medicina, alega que a campanha pelo Bom Prato é simbólica, e pode haver outros projetos que não seja este, mas que sirvam ao mesmo propósito, atender as pessoas que utilizam o hospital.

Quando o centro acadêmico foi questionado sobre a utilização do restaurante universitário, o chamado “bandejão”, eles responderam que acreditam que ele atende um público diferente aos pacientes do hospital. “Não vemos a possibilidade de lançar uma campanha para a abertura desse espaço para a comunidade”, disse em nota a representante do departamento de imprensa do centro, Lisandra Tanaka de Oliveira.

A servidora do HC Rachel Fogaça disse que desde 2007 existe a reivindicação. Em novembro do ano passado, junto com representantes do centro acadêmico, serviram uma sopa para pacientes e seus acompanhantes.

O caso provocou um procedimento administrativo, após um Registro Interno de Ocorrências, feito pela equipe de segurança do Hospital das Clínicas, que considerou o alimento servido em lugar impróprio, sem nenhuma proteção que respeite normas de higiene, podendo assim, comprometer a saúde de quem a consumia os alimentos. Segundo a assessoria de imprensa do hospital, os envolvidos ainda estão sendo chamados para depor e o fato sendo apurado.

Sobre  a manifestação desta segunda-feira a direção do hospital se manifestou oficialmente contra a manifestação, afirmando que não a autoriza. A alegação é da falta de condições ideais de higiene e que a manifestação poderá provocar tumulto no local, prejudicando o acesso de pacientes, funcionários, médicos residentes e alunos do ambulatório.

Rachel defende que o campus ganhe um restaurante popular, pois os doentes necessitam de uma alimentação saudável, e conta que quem não tem condição de pagar algo para comer em alguma das lanchonetes do local ficam em jejum até voltar para suas cidades de origem. “Se o paciente está doente, não pode se submeter a uma alimentação ruim”, disse a servidora.

Revide Online
Leonardo Santos (colaborador)
Fotos: Arquivo Revide e Divulgação

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