Revisitando a Infância

Revisitando a Infância

Bastante frequentado por estudantes do campus e visitantes, lago da USP Ribeirão Preto guarda histórias de quem viveu na antiga colônia e, ainda hoje, serve de local para quem busca calmaria

Um verdadeiro cartão-postal em meio à imensidão de área verde construída. Águas calmas e árvores que embelezam um vasto lago dentro do campus da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto. O que antes abrigava a Fazenda Monte Alegre, que pertenceu ao “Rei do Café”, Francisco Schmidt, hoje cede espaço a uma densa vegetação, que abriga diversas espécies de animais e plantas. Inúmeros espaços, como biblioteca, restaurante, ginásio de esportes e agência de correio convivem com a preservação da colônia de imigrantes italianos do início do século, que integrava a fazenda.

O lago da USP contempla uma paisagem convidativa, servindo de espaço para muitos que desejam tranquilidade e qualidade de vida. Até capivaras já tomaram banho de sol às margens do lago, assim como um jacaré, que quis dar um passeio na calçada construída para pedestres. Durante todo o dia, é possível ver pessoas caminhando, e há quem pare para se recostar a uma mureta construída para dar mais segurança aos visitantes. Dali, muitos fazem questão de avistar um ponto mais distante do lago, como se fosse possível perceber seu fim. 

Para o aposentado Antônio Luiz de Cairo, o lugar é de nostalgia. Da Vila Tibério, ele sai quase todos os dias, estaciona o carro em frente ao correio — onde faz questão de enfatizar que passava carro de boi —, e caminha relembrando parte da infância vivida na fazenda. 
Segundo Antônio, já foi possível sentar à beira do lago para pescar, atividade que garantia o sustento da família
Antônio, aos 78 anos, recorda que os pais, filhos de imigrantes italianos e moradores da antiga colônia, contavam que havia uma espécie de chafariz, onde mulheres lavavam aas roupas, assim como um córrego que nascia na Fazenda Conquista. O aposentado afirma que, aos poucos, a USP construiu um espaço bem arborizado, fazendo com que o lago criasse outros aspectos e descreve que, antigamente, sem a mureta de proteção, era possível sentar-se à beira do lago para pescar. “Muitas vezes foi possível tirar o sustento da casa apenas com a pesca”, garante. “Estou aqui quase todos os dias, só não venho se houver algum problema. É um lugar gostoso para caminhar, é possível respirar um ar gostoso. Venho, relembro a meninice”, conclui. 

Lago da USP
Avenida Bandeirantes, 3900, Monte Alegre - Ribeirão Preto

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