Distribuindo cuidado
O projeto Amigo Cãociente realiza um trabalho árduo em prol de animais abandonados, machucados e que sofrem maus-tratos em Ribeirão Preto
Ribeirão Preto conta com diversas Organizações não Governamentais (ONGs) e protetores que agem em prol de animais de rua. Juliana Grazielle Oliveira Esteves, fundadora e responsável pelo projeto voluntário Amigo Cãociente, é uma dessas pessoas que trabalha, diariamente, no resgate e no cuidado de cachorros e de gatos abandonados, machucados e que sofrem maus-tratos. A administradora de empresas, que, atualmente, trabalha prestando consultoria em licitações públicas, diz que os animais são a sua maior paixão. O primeiro resgate foi feito ainda na adolescência.
“Era um cachorro de apenas 30 dias. Ganhei meu primeiro amor de patas, meu cãozinho Ernesto, que foi abandonado na porta da minha casa, ainda muito pequeno”, recorda.
De acordo com Juliana, a ideia de criar o projeto surgiu em 2015, quando ela resgatou uma cachorrinha e seus sete filhotes de uma situação lastimável. “Naquele momento, eu percebi que, como cidadã, precisava fazer mais por esses bichinhos. Desde então, não parei mais de resgatar, reabilitar, castrar, vacinar e doar animais”, explica.
Apesar de fazer muito por vários animais que precisam de ajuda, por falta de verba, o Amigo Cãociente faz menos do que gostaria. Segundo a responsável, tudo que envolve o cuidado de cães e gatos demanda muito dinheiro e, com a pandemia da Covid-19, as coisas só pioraram. “O pouco de ajuda que tínhamos diminuiu drasticamente. Faço o pouco que posso com meus próprios recursos e a ajuda de amigos e simpatizantes da causa. Além disso, promovemos campanhas pontuais de pizza, rifas, excursões, venda de chaveiros e de agendas, entre outras ações”, afirma Juliana.
Atualmente, o foco do projeto é ajudar os animais de rua do bairro Jockey Club. No local, Juliana explica que conta com a ajuda de uma família que oferece lar temporário – alguns passam a ser definitivos – e que, também, organizam bazares e divulgam as ações do Amigo Cãociente. “Nessa casa, hoje, moram cerca de 40 animais. Na minha casa, mais de 20”, ressalta.
Juliana revela que, infelizmente, não conta com o apoio da prefeitura do município, nem de nenhum serviço público para manter o projeto, que, hoje, cuida de mais de 60 animais. A protetora afirma que falta respaldo da administração pública em relação aos protetores independentes. “Tínhamos que ter um programa sério de educação nas escolas para orientar sobre o abandono, castrações e vacinações em massa, pois já faz dois anos que não fornecem nem a de raiva. Falta um serviço de emergência médica para animais de rua e famílias de baixa renda. Também é preciso fiscalizar e penalizar quem abandona animais”, finaliza.
O trabalho do Amigo Cãociente conta 100% com a solidariedade da população. As pessoas que desejam colaborar com a causa podem entrar em contato por meio do WhatsApp (16) 99184.0445, pela página no Facebook @amigocaociente ou no Instagram @projeto_amigocaociente.
Gatinho resgatado
No momento, o animal que mais precisa de ajuda é um gatinho filhote preto, de apenas quatro meses. O animalzinho foi encontrado no dia 1º de setembro, com uma fratura completa de coluna. Segundo a protetora, provavelmente, ele foi atropelado ou levou um chute. Por conta disso, o animal não consegue movimentar as pernas e ir sozinho à caixinha de areia fazer suas necessidades. No dia 11 de setembro, passou por uma cirurgia ortopédica. Para ajudar, basta entrar em contato.
Me adota?
O projeto Cãociente conta com diversos animais para adoção responsável. Para adotar um amigo, é necessário ser maior de 21 anos, passar por entrevista e avaliação. Veja dois pets que estão à procura de um lar:
Gatinha escaminha fêmea
A gatinha tem sete meses, está castrada, vacinada e vermifugada. Já foi testada negativo para FIV (Imunodeficiência felina ou AIDS felina) e FeLV (Leucemia felina).
Cachorrinha bege fêmea
A Abgail tem dois anos, está castrada, vacinada e vermifugada. Também não tem nenhum problema de saúde.
