A formação do produtor

A formação do produtor

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) oferece cerca de 400 programas anuais de cursos, que já impactaram mais de 4 milhões de pessoas

Criado pela lei 8.315, de 23 de dezembro de 1991, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) foi implantado nos moldes do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Instituição mantida pela patronal rural, é vinculada à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e dirigida por um Conselho Deliberativo, de composição tripartite e paritária, composto por representantes do governo e das classes patronal e  trabalhadora rurais, com igual número de conselheiros.

A reativação do órgão teve a participação e o empenho do empresário Fábio Meirelles durante a Assembleia Constituinte de 1988, como representante da então Confederação Nacional da Agricultura — hoje, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Em seu apoio, vale destacar o esforço de outras lideranças, que conquistaram, com a legislação, a constituição de um órgão dedicado à formação profissional e à promoção social do homem do campo.

Com administrações regionais em cada estado, ao Senar cabe organizar, administrar e executar a formação profissional rural e a promoção social, por meio de processos educativos vinculados à realidade do meio rural, visando propiciar ao homem do campo o seu desenvolvimento integral, como cidadão e como trabalhador, dando a ele uma perspectiva de crescimento e de bem-estar social. Com isso, torna-se mais fácil atingir o melhor desempenho nas ocupações rurais e na oferta de novas oportunidades no mercado de trabalho.

De acordo com Eloisa, o Senar oferece cerca de 400 programas de cursos

Em São Paulo, o Senar foi criado em 21 de maio de 1993, na Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), sob a presidência de Fábio Meirelles, sendo gerido por um Conselho Administrativo, cujo presidente nato é o próprio presidente da Faesp, que divide sua gestão com a superintendente, Eloisa Arruda. Assim como a Faesp, o Senar mantém a presença dos trabalhadores em sua administração.
 

Formação profissional

Desenvolvendo ações de formação e capacitação profissional rural e de promoção social, o órgão se utiliza da parceria dos sindicatos rurais patronais e de suas extensões de base, assim como de prefeituras de municípios que não possuam sindicatos. Está presente em mais de 90% das cidades paulistas, possuindo, em franca expansão, um pioneiro programa de medicina preventiva, o “Promovendo a Saúde no Campo”, que conta com metodologia de universidades renomadas de Medicina e, em breve será nacionalizado. Possui, ainda, três centros técnicos instalados em São Roque, em Mirante do Paranapanema e em Ribeirão Preto.

Os produtores aprendem a operar modernos equipamentos

Em sua estrutura organizacional e de formação, oferece cerca de 400 programas de cursos, que já impactaram diretamente mais de 4 milhões de pessoas na última década. Somente em mais de 25 anos de existência. Eloisa lembra que, somente em 2016, foram realizados mais de sete mil cursos, voltados às mais diversas modalidades e técnicas, que atenderam às necessidades dos produtores e trabalhadores rurais de todas as regiões do Estado. 

No campo, os técnicos mostram as inovações tecnológicas na prática

Entre os programas e projetos já realizados, Fábio Meirelles destaca o importante trabalho executado por solicitação do Tribunal de Justiça de São Paulo. A Federação e o Senar foram solicitados para alfabetizar os homens do campo que estavam presos. “Este foi mais um fantástico trabalho que fizemos. Quando aqueles homens saíam da prisão, os sindicatos ou associações iam buscar o trabalhador que, alfabetizado, tinha mais chances de evoluir socialmente”, ressalta o presidente. 

Segundo Meirelles, o Senar trouxe uma evolução técnica importante para as cidades do interior. Um exemplo disso aconteceu com os primeiros cursos que ensinaram o produtor a importância das curvas de níveis em áreas produtivas. A técnica indicada para áreas em declive ajuda a manter os nutrientes essenciais para o desenvolvimento agrícola, evitando erosões no solo.

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