Café com uma boa história
Validio José dos Santos, conhecido como Peninha, comanda a cafeteria mais tradicional de Ribeirão Preto
Texto: Rodrigo Trindade / Foto: Luan Porto
É como Peninha que Validio José dos Santos é mais conhecido, especialmente em uma das principais esquinas de Ribeirão Preto. O proprietário da Única Cafeteria, ponto de parada obrigatório e tradicional da cidade, marca presença ali diariamente, entre as ruas São Sebastião e Álvares Cabral. Fundada por Oscar Zoega há 80 anos e gerida por Peninha há 32, a cafeteria é um dos patrimônios de Ribeirão Preto.
Peninha nasceu em Araguari, no norte do Triângulo Mineiro, onde viveu com sua mãe e seus irmãos. Aos 16 anos, ele e sua família se mudaram para Ribeirão Preto em busca de emprego e de uma condição de vida melhor. Chegando à cidade, Peninha começou a trabalhar como garçom em uma lanchonete, onde permaneceu por dez anos, até o fechamento da franquia. Foi nela em que Peninha conheceu a mulher que viria a ser sua futura esposa, Dona Vanda.
Após o fechamento da lanchonete, Peninha usou seus anos de experiência como garçom e começou a trabalhar em outro restaurante. Foram apenas três anos como garçom até que seu chefe à época, Marino Rossato, ofereceu uma proposta de sociedade. “Foi uma oportunidade que apareceu na minha vida e eu aceitei”, lembra Peninha.
Foi aí, em 1989, que Peninha, Marino Rossato e sua esposa Maria Estela passaram a ser proprietários da Única Cafeteria. Com o falecimento de Marino, a cafeteria ficou nas mãos de Maria Estela, Peninha e sua esposa durante todos esses anos.
Durante os anos comandando a Única, Peninha se casou e teve três filhos. Hoje, todos com mais de 30 anos, projetaram suas próprias carreiras profissionais.
A Única Cafeteria se manteve de pé durante todos esses anos, recebendo pessoas de toda a região de Ribeirão Preto e até de fora, como políticos de todo o país. Já passaram pelo local o ex-governador Geraldo Alckmin, o ex-presidente Fernando Collor e o atual presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).
Peninha, além de ser um dos gestores da Única, também dá todo suporte ao estabelecimento como caixa. “Eu nasci para ser trabalhador”, brinca o ex-garçom e hoje proprietário de um dos patrimônios comerciais da cidade.
