Ex-vereador Oliveira Júnior é condenado por homicídio

Ex-vereador Oliveira Júnior é condenado por homicídio

Condenado a 20 anos de prisão, acusado de mandar matar um advogado quando era vice-prefeito de Itu, ele poderá recorrer em liberdade

O ex-vereador de Ribeirão Preto e ex-vice-prefeito de Itu, Élio Aparecido de Oliveira, conhecido como Oliveira Júnior, foi condenado, na noite desta quinta-feira, dia 26, a 15 anos de prisão pelo assassinato do advogado Humberto da Silva Monteiro e a mais cinco anos pela tentativa de assassinato do radialista Josué Dantas Filho. Ele poderá recorrer da sentença em liberdade.

Oliveira Júnior, que teve o mandato de vereador cassado em outubro de 2011, foi acusado de ser o mandante do homicídio e da tentativa de Josué Soares Dantas. Os crimes ocorreram em 2006, em Itu.

Desde o início do processo, Oliveira Júnior tentou impedir o julgamento por Júri Popular, mas perdeu a ação em três instâncias. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve as decisões anteriores e o júri, realizado em Itu.

O julgamento aconteceu depois de dois adiamentos. Inicialmente seria em agosto do ano passado, mas devido à alegação de Oliveira de que seu advogado, havia abandonado o processo, houve adiamento para outubro. Pelo mesmo motivo, falta de tempo para se inteirar do conteúdo do processo, o julgamento foi novamente transferido.

De acordo com a acusação, o advogado Humberto da Silva Monteiro, foi morto com dois tiros na cabeça, no Centro de Itu. Ele estava no banco do passageiro de uma caminhonete dirigida pelo radialista Josué Dantas Filho, também funcionário da Prefeitura. Os autores do crime, Tiago Martins Bandeira e Eduardo Aparecido Crepaldi, se aproximaram em uma motocicleta e atiraram também contra o advogado e o radialista, mas erraram o segundo.

Os dois foram condenados e apontaram Oliveira Júnior como mandante. Também foram condenado no processo Luís Antônio Roque, o Tonhão, e o ex-policial militar Nicéias Brito, que atuavam como seguranças de Oliveira Júnior, acusados de serem os contratantes dos matadores.

Oliveira Júnior sempre garantiu que todas as acusações contra ele eram armações comandadas por um grupo político para desgastá-lo politicamente. “O que o promotor quer é criar uma imagem a meu respeito para usar caso ele consiga levar meu julgamento ao júri”, disse o ex-vereador, quando um dos executores foi preso e o acusou.

Entre os motivos que teriam levado Oliveira a encomendar o crime seria a perda de um prazo pelo advogado Humberto Monteiro, o que teria prejudicado o recebimento de R$ 4 milhões pela venda de um jogador do Ituano, que Oliveira dirigia na época. “O Humberto nunca perdeu prazo nenhum. Quem perdeu foi outro advogado em outro processo”, comentou.

Ex-vereador

Depois de deixar Itu, onde mantinha programas jornalísticos de rádio e televisão, Oliveira Júnior se mudou para Ribeirão Preto, onde também criou um programa de TV, inicialmente em parceria com o ex-vereador e deputado estadual eleito Léo Oliveira (PMDB). Mas a sociedade terminou após divergências comerciais.

Em 2008, Oliveira Júnior se elegeu vereador pelo PSC, com 4.392 votos. Na Câmara, chegou a fazer discursos polêmicos e presidiu uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instalada para investigar a reforma do terminal rodoviário.

O vereador, no entanto, teve o mandato cassado no dia 1º de outubro de 2011, acusado de falta de decoro parlamentar, por ter sido flagrado dirigindo alcoolizado e ter desacatado policiais militares.

Ele também foi acusado, mas inocentado pela Comissão Processante, de ter mantido a sogra como funcionária fantasma de seu gabinete.

Revide On-line
Fotos: Arquivo Revide

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