Nogueira e Ricardo disputam segundo turno

Nogueira e Ricardo disputam segundo turno

Os dois candidatos mais votados no último domingo somaram pouco mais de 170,6 mil votos o equivalente a 68% dos votos válidos

Os candidatos Duarte Nogueira (PSDB), da coligação “Juntos Vamos Mudar Ribeirão”, e Ricardo Silva (PDT) da coligação “Ribeirão Levada a Sério”, disputarão o segundo turno das eleições de Ribeirão Preto, no dia 30 de outubro. Nogueira obteve 100.462 votos, ou 39,86% dos votos válidos, enquanto Ricardo Silva chegou a 70.215 votos, o equivalente a 27,86%. Os dois foram seguidos por João Gandini (PSB), Alexandre Sousa (PTdoB), Rodrigo Camargo (PTB), Professor Edmur (PV), Doutor Hermenegildo (PSOL), Wagner Rodrigues (PCdoB) e Fábio Zan (Rede). O primeiro turno contou com o recorde de nove candidatos a prefeito e 551 a vereador. A campanha foi marcada por muitos ataques entre os adversários e a utilização de investigações da Operação Sevandija. Para a Câmara, apenas nove dos 19 vereadores que disputaram a reeleição foram reeleitos. Dos nove suspensos pela Justiça e investigados por tráfico de influência e recebimento de propina apenas um  — Capela Novas (PPS) — foi reeleito.


Logo que o primeiro turno foi encerrado, os dois primeiros colocados deram declarações à imprensa e demonstraram a intenção de apresentar mais propostas na campanha deste segundo turno. O primeiro turno foi marcado por muitos ataques entre os concorrentes. Duarte Nogueira, que durante toda a campanha eleitoral apareceu em segundo nas pesquisas eleitorais do Ibope, comemorou a passagem para o segundo turno em primeiro lugar e com 12% à frente de seu adversário. Na pesquisa da véspera da votação, por exemplo, o tucano aparecia com 35% dos votos válidos, enquanto Ricardo Silva registrava 39%. O pedetista apontou os ataques de três adversários como os responsáveis por sua queda na reta final da campanha. “Esta vitória é uma alegria, mas também uma enorme responsabilidade. Ao mesmo tempo, confirma a convicção do que sempre afirmamos na campanha. O eleitor nunca erra, sempre acerta desde que tenha todas as informações. O nosso papel enquanto candidato foi mostrar nossa conduta e apresentar propostas”, declarou Duarte Nogueira, comemorando o maior número de votos no primeiro turno. O candidato Ricardo Silva avalia que agora é uma nova eleição. “Teremos mais tempo para mostrar nossas propostas e que temos um projeto de cidade. Infelizmente, no primeiro turno, os adversários focaram nos ataques. Em razão do momento político, as pessoas estão descrentes. O fato de estar no segundo turno é uma grande vitória. Estamos aqui para mostrar propostas com seriedade”, afirmou o pedetista.

Votos inválidos

Como já estava previsto pelos analistas, os votos inválidos (brancos e nulos) cresceram bastante nesta eleição, em relação a disputas anteriores. A abstenção superou os 24% do número de eleitores. Essas ausências somadas aos brancos e aos nulos (também inválidos) representam 42,1% do número de eleitores. Isso significa que os votos válidos foram de apenas 57,9% dos possíveis. Numa rápida comparação, em 2014, esse percentual chegou a 69,4% dos votos e, em 2012, a 72,25%. Por isso, o número de eleitores ausentes (109.709) superou a votação de Duarte Nogueira (100.462). Já a soma de brancos e nulos é maior que a votação de Ricardo Silva; 73.625 a 70.215.


Para o sociólogo Fábio Pacano, professor da Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo (Fatec), a quantidade de votos inválidos nestas eleições não é apenas reflexo do momento político de Ribeirão Preto e do Brasil. “Os números são gotas de água em um copo já cheio. É uma tendência de descontentamento. Se você observar os resultados das últimas três eleições municipais, notará que este número vem crescendo. É preciso repensar o sistema político, o voto não obrigatório, a impossibilidade de reeleição, mudar o sistema eleitoral e o investimento nas campanhas eleitorais”, apontou o sociólogo. 


PDT elege maior bancada 

O apoio ou oposição ao prefeito que será eleito no dia 30 de outubro, na Câmara, vai depender do candidato escolhido no segundo turno e das negociações com os eleitos por outros partidos que não estavam juntos com os dois candidatos que se credenciaram a permanecer na disputa. Nenhuma das duas coligações elegeu maioria de vereadores. Por partido, a maior bancada será a do PDT, com seis vereadores, mas a coligação “Ribeirão Levada a Sério”, liderada por Ricardo Silva, elegeu 13 vereadores filiados ao próprio PDT, ao PMDB, PRB, PR e PROS. Já o PEN e o PSC, também coligados, não elegeram nenhum vereador. Da coligação “Juntos Vamos Mudar Ribeirão”, encabeçada por Duarte Nogueira (PSDB), foram eleitos nove dos que disputaram pelo PSDB, PPS, PP e DEM. Também da coligação, o Solidariedade (SD) e o PHS não elegeram vereadores. Sobram para negociações futuras, cinco vereadores, sendo dois da Rede Sustentabilidade, um do PSD, um do PTB e um do PT. Com o novo número de 27 vereadores, a maioria dos projetos precisará de 15 votos (metade mais um dos vereadores) para aprovação por maioria absoluta, contra os 12 necessários hoje. O quórum qualificado (dois terços), de 15 votos, subirá para 18.

Treze vereadores  não voltam em 2017 

Dos 22 vereadores da atual legislatura, 13 não voltam à Câmara Municipal a partir de 2017. Três deles – Coraucci Neto (PSD), Ricardo Silva (candidato a prefeito pelo PDT) e Saulo Rodrigues não disputaram a reeleição. Dez dos que disputaram a reeleição não conseguiram o número de votos necessários e nove foram reeleitos. Assim, com o aumento do número de cadeiras, a Câmara terá 19 novos vereadores, a maior renovação de sua história. Pelo número anterior, seriam 14 os novos, uma renovação que de 63,63%. O percentual absoluto de novos na Casa chega a 86,36%.

O principal motivo da derrota de candidatos à reeleição foi a investigação promovida pela Polícia Federal e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Nove vereadores estão suspensos desde o dia 1º de setembro, por determinação judicial. Destes, oito disputaram, mas apenas Capela Novas foi eleito, com a menor votação entre os que venceram; 1.188 votos.

Cícero Gomes da Silva (PMDB), Evaldo Mendonça, o Giló (PTB), José Carlos de Oliveira, o Bebé (PSD), Maurílio Romano (PP), Samuel Zanferdini (PSD) e Walter Gomes (PTB), que estão suspensos de suas funções públicas, tiveram suas votações reduzidas em até 90%. Zanferdini, por exemplo, caiu de 8.101 votos, em 2012, para 833 nesta eleição. Os vereadores Beto Cangussú (PT), André Luiz da Silva (PTN) e Viviane Alexandre (PSC) também não conseguiram 
se reeleger.

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