Atenção ao setembro verde
Como explica Dr. Paulo Henrique Pisi, adotar hábitos saudáveis ajuda a prevenir o câncer colorretal

Atenção ao setembro verde

Segundo tumor mais comum entre as mulheres e terceiro entre os homens, o câncer colorretal é objeto da campanha Setembro Verde, iniciativa da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP)

Entre os tumores que mais atingem homens e mulheres estão aqueles localizados no intestino grosso (cólon) e no reto. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer colorretal foi enfrentado por mais de 34 mil brasileiros em 2016, sendo que as mulheres representam pouco mais de 51% dos casos. Apesar da alta letalidade — 44% das pessoas diagnosticadas em 2013 foram a óbito —, este tipo de tumor possui um bom prognóstico quando identificado precocemente. Para incentivar as pessoas a manterem os exames em dia e a adotarem hábitos preventivos, a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) promove, pela segunda vez, a campanha Setembro Verde.

De acordo com o coloproctologista Paulo Henrique Pisi (CRM: 112.721), membro titular da SBCP e médico junto à Divisão de Coloproctologia do Departamento de Cirurgia e Anatomia do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto e chefe do Serviço de Colonoscopia da Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto, a maioria dos tumores intestinais deriva de uma lesão benigna, chamada pólipo ou adenoma. Se esses pólipos são identificados e retirados antecipadamente, o ciclo vital da doença é encerrado em cerca de 75% dos casos. “Daí a importância de conscientizar as pessoas a incluírem uma visita ao coloproctologista em sua agenda médica”, ressalta o especialista. Em geral, a recomendação é para a realização de exames preventivos a partir dos 50 anos. Se o histórico familiar aponta para o aparecimento da doença, a idade pode ser antecipada. 

O diagnóstico é feito por meio da colonoscopia (exame realizado com um aparelho flexível acoplado a uma câmera introduzido pelo ânus, para visualizar o intestino por dentro), sangue oculto nas fezes e toque retal, para os tumores próximos ao ânus. Essas alterações não apresentam sintomas iniciais. Em estágios avançados, estes tumores podem provocar diarreia ou constipação intestinal repentinas e persistentes, fezes com sangue ou muito escuras e fétidas, dores abdominais, anemia, fraqueza, perda de peso, entre outros sinais.

O tratamento do tumor colorretal, na maioria das vezes, é realizado por meio de cirurgia. “Dependendo do grau de desenvolvimento e da localização do tumor, podem ser necessárias quimioterapia ou radioterapia antes mesmo da cirurgia”, explica o especialista.

De acordo com Dr. Pisi, que também faz parte do corpo clínico da UnaVita Clínica Médica, além do histórico familiar e da idade, outros fatores ambientais, alimentares e hábitos de vida podem estar associados à doença, assim como certas doenças inflamatórias intestinais, como Retocolite Ulcerativa e Doença de Crohn. “Indicadores como obesidade, sedentarismo, tabagismo, consumo excessivo de álcool e dieta rica em carne vermelha e processada estão entre os fatores modificáveis relacionados ao aparecimento do câncer de colorretal”, enumera o coloproctologista. Sendo assim, adotar uma dieta rica em fibras, frutas e verduras, evitar alimentos muito gordurosos e os excessos em geral compõem a lista de prevenção ao câncer no cólon e no reto. A realização dos exames preventivos a partir da idade apropriada também é fundamental.

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