Reforço necessário
Governo do Estado de São Paulo já vacinou 37% da população com as duas doses ou a vacina de dose única

Reforço necessário

Governo estadual e federal anunciaram início da aplicação da dose de reforço da vacina contra a Covid-19 para setembro

Texto: Paulo Apolinário  Colaboração: Susanna Nazar

Com a cobertura vacinal contra a Covid-19 longe de atingir patamares considerados seguros, e com a disseminação da variante Delta, autoridades de Saúde de todo o país deram início aos preparativos para a aplicação da terceira dose da vacina em algumas faixas etárias. O anúncio foi feito no dia 25 de agosto pelo Ministério da Saúde e pelo Governo do Estado de São Paulo. O governador João Doria (PSDB) garantiu que o reforço do imunizante será aplicado a partir do dia 6 de setembro em pessoas com mais de 60 anos. A estimativa é atingir cerca de 900 mil pessoas que receberam a segunda aplicação, de qualquer imunizante, há pelo menos seis meses.

Segundo Paulo Menezes, Coordenador do Comitê Científico do governo estadual, existem indícios – que ainda estão sendo estudados – de que a taxa de proteção contra o vírus sofra uma redução após seis meses da aplicação da vacina. “Além de proteger a população adulta com a cobertura de segunda dose, é importante, também, aumentar a proteção dos grupos mais vulneráveis, que têm maior chance de, eventualmente, ter um quadro mais grave, com uma dose adicional. Após seis meses, há evidência de uma possível queda de proteção e isso se aplica a todos os imunizantes”, explicou Menezes.

Contudo, para que a vacinação de qualquer grupo tenha início em Ribeirão Preto, a Prefeitura depende da liberação das doses pelo governo estadual. A complexidade logística de distribuição das vacinas envolve a união, estados e municípios: primeiro o governo federal encaminha os imunizantes para o governo estadual e só depois o governador pode direcionar as doses para os municípios. De acordo com a Prefeitura, nenhum município tem autonomia para redirecionar as vacinas. Quando elas chegam, cada lote já vem direcionado para o grupo ao qual elas se destinam.

Valdes Roberto Bollela, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, explica que a terceira dose da vacina estimula novamente o sistema imune, para que ele potencialize os efeitos das duas primeiras doses. “Com esse reforço da vacina, a defesa é amplificada, aumentando as chances de proteção do indivíduo e diminuindo as chances dessa pessoa ter as formas graves da doença”, comentou. Segundo o professor, as doses de reforço são comuns em diversas vacinas, para diferentes doenças. “A gente estimula de novo o sistema imune para que ele fique cada vez mais fortalecido para combater a infecção pelo vírus que ainda circula”, completou.

BRASIL

Por parte do governo federal, o Ministério da Saúde informou que iniciará, a partir da segunda quinzena de setembro, a aplicação da dose de reforço em todos os indivíduos imunossuprimidos, após 28 dias da segunda aplicação, e para as pessoas acima de 70 anos vacinados há seis meses. A decisão foi tomada de forma conjunta após uma reunião da pasta com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) e a Câmara Técnica Assessora de Imunização Covid-19 (Cetai). Segundo o ministério, a imunização deverá ser feita, preferencialmente, com uma dose da Pfizer ou, de maneira alternativa, com a vacina de vetor viral Janssen ou AstraZeneca. Também foi decidido, durante a reunião, que haverá redução do intervalo entre as doses da Pfizer e AstraZeneca, de 12 para 8 semanas. 

VACINAÇÃO

Até o fechamento desta matéria, 75% da população no Estado de São Paulo já havia recebido a primeira dose da vacina, enquanto 37% já estavam imunizadas com as duas doses ou com a dose única. Em todo o estado, foram aplicadas 50 milhões de doses. Já em Ribeirão Preto, foram 744 mil, sendo que 254 mil pessoas receberam as duas doses ou a dose única, o que equivale a 35% da população imunizada, segundo estimativa populacional do IBGE para 2020 (711 mil habitantes). De acordo com a estimativa para 2021, o município atingiu 720 mil habitantes.

Valdes Bollela explica a necessidade de uma terceira dose da vacina

Compartilhar: