Aceleração constante
Com 175 startups ativas na cidade, a Pluris Aceleradora tem como objetivo fomentar outras iniciativas do segmento ligadas à educação e ao impacto social
Alcançar um negócio de sucesso é o que muitos empreendedores almejam na carreira profissional. Não é novidade que tirar uma ideia do papel é uma tarefa carregada de inúmeros desafios. Pensando nisso, muitas startups buscam pelas aceleradoras, capazes de fazer com que essas empresas jovens decolem no mercado. A Pluris Aceleradora, ligada ao Instituto SEB, braço de investimento social do Grupo SEB, é a mais recente novidade do setor na região. Gerida por uma equipe qualificada e com vivência no ecossistema de startups e inovação, ela tem o intuito de fomentar ideias inovadoras, promovendo educação empreendedora e em tecnologias avançadas, facilitando o acesso a recursos físicos, materiais e financeiros, bem como propiciar um ambiente adequado para o desenvolvimento de negócios. Até aqui, oito empresas já foram aceleradas. Neste semestre, novos negócios recebem incentivos financeiros e mentoria do grupo.
Segundo Ricardo Agostinho, CEO da Pluris Aceleradora e Coworking, desde o surgimento das atividades, já houve grande engajamento por parte de pessoas ligadas a esse tipo de ecossistema de inovação. A ideia é que, cada vez mais, o empreendedor esteja capacitado e crie condições de desenvolver um bom negócio, que encontre um lugar propício e possa compartilhar experiências com outras pessoas. “O menor valor agregado que temos é o espaço físico. O que mais vale, para nós, são as pessoas que vêm para cá e trazem conhecimento. Além de compartilhar experiências, negócios são gerados e o networking é ampliado, aspectos importantes a serem considerados”, pontua o CEO.
O mapeamento recente do ecossistema de inovação realizado pelo Supera Parque de Inovação e Tecnologia aponta que Ribeirão Preto tem, atualmente, 175 startups ativas. A maior parte das empresas está atuando nas áreas de Tecnologia da Informação e Saúde, e ambas representam 29,7% das empresas, seguidas pelas atuantes em Educação (11,4%) e Agronegócio (10,3%). No programa de aceleração da Pluris, com duração de cinco meses, os empreendedores participam de workshops personalizados, têm acesso a ferramentas e serviços de empresas parceiras locais e globais, investimento financeiro e espaço de coworking. O programa é direcionado a startups em estágio inicial (launch) ou em crescimento (growth), que tenham no mínimo dois sócios dedicados integralmente ao negócio. Para Ricardo, o grande valor de uma aceleradora não é a capacidade de investimento financeiro, mas sim de entregar aos empreendedores competência intelectual, que eles possam observar, a partir dos erros e acertos de outros, e aprender com essas experiências.
Aporte para a economia
Para a professora Geciane Silveira Porto, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, atuante nas áreas de gestão da inovação e empreendedorismo, as aceleradoras de empresas contribuem para o fortalecimento do ecossistema de inovação da região e atuam, de maneira especial, em uma lacuna relacionada ao aporte de recursos financeiros nas startups que passam pelo processo de seleção. A docente explica que as aceleradoras complementam a atuação das incubadoras, estas mais voltadas ao desenvolvimento do modelo de negócio das empresas jovens que buscam por inovação, contudo sem o investimento de capital. “A Pluris vem trabalhando na identificação e no aporte de negócios sociais e em educação, que se constituem em um ramo crescente da economia. A atuação da aceleradora na região permite que os negócios neste segmento obtenham melhores condições de desenvolvimento e, em especial, direcione o surgimento deste tipo de negócio e passe a atrair mais e melhores startups”, destaca Geciane.
Quem permaneceu cinco meses acelerada na Pluris tem experiências bem positivas para narrar. Cris Miura, CEO e Founder da Pontue — Plataforma Inteligente de Redação —, que ajuda a aumentar a performance no Enem, comenta que, no ano passado, o trabalho era direcionado para o usuário final: o aluno entrava no site, fechava o pacote, fazia cursos e entregava a redação para correção. Neste ano, está sendo encaminhado às escolas. Em virtude disso, foi preciso mudar a estratégia, adaptar o produto e para isso, era necessário um espaço para fomentar e fornecer ferramentas para o trabalho. “A Pluris foi essencial para que conseguíssemos entender esse direcionamento. Contribuiu para mostrar quais metodologias deveríamos ter, além de oferecer um espaço e segurança para que chegássemos ao nosso propósito”, destaca a CEO, enfatizando que, no ano passado, a plataforma contava com 110 alunos e, hoje, já são cerca de 4 mil. Também havia uma escola, agora são 16.
Texto: Bruna Romão Foto: Luan Porto
