Mais fôlego

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Técnico de laboratório da USP Ribeirão coordena projeto de robótica e cultura maker para crianças em Batatais e, na quarentena, com a ajuda do filho, criou o protótipo de um respirador mecânico

É de uma garagem com pouco mais de dez metros quadrados, em Batatais, que saem projetos de automação e robótica feitos com materiais simples e uma alta dose de improviso. É do grupo O Mundo das Invenções, que reúne amigos de escola e da vizinhança, na faixa dos oito aos 14 anos, a autoria do robô “Simprão”, que faturou o Prêmio Maker da etapa estadual da Olimpíada Brasileira de Robótica no ano passado.


Construído em um final de semana, o modelo criado pela dupla Carlos e José Renato logo ganhou as redes sociais e a atenção da imprensa, despertando o interesse de instituições ligadas à saúde


O grupo é coordenado pelo professor de Ciências Carlos Renato da Silva, também técnico de laboratório do Departamento de Física da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da USP. Em tempos de quarentena e sem poder realizar os encontros semanais da turma, Carlos contou com a ajuda do filho, José Renato, para criar o protótipo de um respirador mecânico que poderia ajudar no tratamento de pessoas infectadas pela COVID-19.

Protótipo de respirador usa materiais simples, como mangueiras e desentupidores de piaO material utilizado? O motor de um limpador de para-brisas, pedaços de mangueiras de construção, uma fonte de computador, quatro desentupidores de pia e diversas peças criadas a partir de uma impressora 3D. “A ideia de fazer esse projeto surgiu logo na chegada da pandemia ao Brasil e com as notícias sobre a falta de respiradores. Eu e meu filho resolvemos usar a cultura maker do ‘faça você mesmo’, da ‘mão na massa’, para criar esse protótipo”, explica o professor, que gosta sempre de frisar: “O que nós criamos é apenas um protótipo, não é um equipamento hospitalar, mas que serve como ideia de um produto simples, eficaz e de baixo custo”.

Construído em um final de semana, o modelo criado pela dupla Carlos e José Renato logo ganhou as redes sociais e a atenção da imprensa, despertando o interesse de instituições ligadas à saúde de estados como Acre, Ceará e Rio Grande do Sul, e atraindo, também, a curiosidade do meio empresarial. “Algumas empresas queriam desenvolver e comercializar o equipamento, mas esse não é o nosso foco. A nossa ideia é construir um projeto colaborativo, em que várias pessoas possam contribuir com o seu conhecimento, seus materiais e seus investimentos, ajudando, assim, no enfrentamento deste grave problema de saúde que estamos atravessando”, explica o professor inventor.

Para saber mais sobre o projeto ou como colaborar, o contato com o professor Carlos Renato da Silva é pelo e-mail [email protected]

Fotos: Matheus Henrique da Silva Alves

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