"Flanelinhas" de Ribeirão Preto cobram até mensalidade para olhar carros na rua
Guardadores de carro chegam a cobrar entre R$ 20 e R$ 30 por mês para cuidar de veículos em ruas da cidade

"Flanelinhas" de Ribeirão Preto cobram até mensalidade para olhar carros na rua

Motorista afirma que já fez diversas reclamações, porém situação permanece a mesma

Motoristas de Ribeirão Preto reclamam de ações de guardadores de carros nas ruas, os chamados "flanelinhas", que, em alguns locais, cobram mensalidade, inclusive com 13ª parcela no fim de ano. Por meio de nota, a Polícia Militar afirma que tem trabalhado para coibir a prática e pede que motoristas não contribuam com dinheiro, para evitar que a ação prospere.

Uma consultora, que trabalha nas imediações da Rua João Penteado, no Jardim América, na Zona Sul de Ribeirão Preto, conta que já reclamou várias na prefeitura e fez denúncias para a Polícia, porém, a situação persiste. “Ninguém faz nada. Estou bem de saco cheio aqui. Já reclamei várias vezes”, lamenta a mulher, que preferiu que o nome não fosse publicado, por lidar diariamente com os guardadores de carros.

Ela ainda conta que colegas de trabalho já tiveram o veículo riscado por não “contribuírem” com os guardadores e que isso incomoda, já que ameaças caso o pagamento não ocorra são frequentes.

 “Eu mesma paro o carro longe porque acho um absurdo ter de pagar para parar meu carro na rua. Eles batem na porta e pedem para tirar o carro dizendo que está ocupando a vaga deles”, conta a consultora, que relata que colegas de trabalho pagam “mensalidade” que varia entre R$ 20 e R$ 30 por mês, só para não ter dano no veículo e, inclusive, já foram questionados sobre um possível 13º pagamento no fim de ano.

PM pede para não dar dinheiro

Procurada pela reportagem do Portal Revide, a Polícia Militar informou que realiza o policiamento preventivo na área e que prioriza o patrulhamento “proativo para a segurança da comunidade, contra crimes de furtos e roubos de transeuntes”, visando ocupar as regiões de maior incidência das ocorrências.

Ainda por nota, a PM pede que a população evite contribuir com valores em espécie, já que acredita que isso contribui para o aumento de pessoas pedindo dinheiro nas ruas, além de alertar para cuidados, como para que se evite o uso de objetos de valor e altas quantias de dinheiro.

Já o Departamento de Fiscalização Geral da Prefeitura de Ribeirão Preto disse, também por nota, que, embora exista uma decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) para o combate a prática nas ruas do município, ainda falta uma lei que determine que o trabalho seja feito pela Fiscalização e, que, portanto, o “setor não tem competência legal para realizar tal fiscalização”.

 

 


Fotos: Ibraim Leão e Julio Sian

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