Prourbano já foi multado em R$ 79 mil pela situação dos banheiros dos terminais em RP
Consórcio criticou "ênfase" dada ao número de multas que afirmou serem "poucas"
Entre janeiro e agosto de 2019, o Consórcio Prourbano, responsável pelo transporte coletivo de Ribeirão Preto, já foi multado em R$ 79 mil pela Transerp devido à problemas na manutenção e limpeza dos banheiros nos terminais de ônibus. Por meio de nota, empresa criticou "ênfase" dada ao número de multas.
Segundo a Transerp, o consórcio foi autuado e multado em R$ 79,078,83 referente ao período entre os meses de janeiro a agosto de 2019.
Desse total, R$ 55.411,82 já foram pagos pelo Próurbano. A diferença é referente aos as infrações que tiveram recursos na justiça, ou que estão dentro do prazo de pagamento.
No último dia 19, na Câmara dos Vereadores, o vereador Marcos Papa (Rede) divulgou fotos e vídeos obtidos com motoristas que mostram a situação dos banheiros do Terminal Evangelina de Carvalho Passig, na parte do complexo que fica próximo à Coderp.
Nas imagens, é possível ver a presença de baratas na área destinada à alimentação dos motoristas. Além disso, os banheiros, exclusivos dos motoristas, é utilizado por moradores em situação de rua. O local estava com lixo e em condições precárias de higiene.
Os trabalhadores também reclamam de vasos sanitários entupidos, luzes queimadas e falta de tranca nas portas dos banheiros exclusivos. Após a denúncia e a repercussão do caso, os banheiros foram limpos.
Porém, essa não foi a primeira vez que o Prourbano é notificado a respeito da situação dos banheiros e dos terminais. Desde o início do ano, já foram 13 multas ao Consórcio.
Papa entende correta a atitude da Transerp em multar a empresa, porém, considera baixo o valor da multa. "É quase um incentivo à transgressão porque basta à concessionária não ter funcionários que cuidem da limpeza e depois pagar uma multa. O valor das multas precisa ser reconsiderado imediatamente", criticou.
Contrato e o Consórcio
O contrato com o ProUrbano, firmado em 2012, tem duração de 20 anos, com um custo global de R$ 2,2 bilhões ao município. A limpeza e manutenção dos terminais está previsto em acordo firmando entre o município e o Prourbano. No artigo 11, "Direitos e Obrigações", a empresa assume a responsabilidade pela limpeza dos terminais e veículos.
"Assumir os custos de operação, limpeza e conservação dos terminais, estações e abrigos;", consta no artigo, que mais adiante trata dos veículos. "Apresentar, diariamente, os seus veículos para o início de operação em adequado estado de conservação e limpeza e mantê-los assim durante toda a jornada;"
Por meio de nota, o Consórcio informou que as multas são como um instrumento de trabalho. “O Consórcio procura aprimorar sempre os serviços prestados. As críticas, as multas e outras manifestações auxiliam nesse aprimoramento”, alegam.
Sobre os banheiros, a empresa informou que tenta manter os locais limpos constantemente. “Infelizmente ocorre diariamente a ação de vândalos e usuários de drogas que utilizam os banheiros de forma irregular. Eles roubam os equipamentos, danificam pias, torneiras, porta-papel e praticam todo tipo de vandalismo". O Próurbano ainda informou que é vítima da situação, mas que está analisando a melhor forma de resolver.
A empresa também criticou a "ênfase que a imprensa dá para o assunto". Na nota, o Prourbano fez um cálculo baseado na quilometragem rodada por mês, cerca de 2,3 milhões de quilômetros, com o número de multas. O que daria uma multa a cada 7,4 mil quilômetros percorridos.
"O que, dentro do contexto geral, é muito pouco. A grande maioria das multas é por atraso nos horários, atrasos causados por um trânsito travado que prejudica a todos, mas, principalmente o transporte coletivo", amenizou a empresa.
Foto: Arquivo pessoal/ Assessoria Marcos Papa