Ribeirão Preto registra um atropelamento a cada 30 horas

Ribeirão Preto registra um atropelamento a cada 30 horas

Dia Internacional do Pedestre ainda não é motivo de orgulho para a cidade

Nesta terça-feira, 8, é comemorado o Dia Internacional do Pedestre. A data, que é celebrada oficialmente pela Organização das Nações Unidas (ONU), também tem ações chanceladas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A ONU entende que o pedestre é o componente do trânsito mais frágil e é neste ponto que surge um problema significativo: se é o ser mais frágil que participa deste sistema, deveria ser o mais protegido. Na prática, no entanto, não se observa esta preocupação.

Desde 2009 Ribeirão Preto mantém uma média de 290 atropelamentos por ano. Chegou a apresentar uma elevação neste número entre 2010 e 2012, porém, voltou a um quadro estável, o que representa uma média de um atropelamento a cada 30 horas. Segundo o Portal do Trânsito Brasileiro, 44% dos mortos em acidentes de trânsito são vítimas de atropelamentos


O especialista em planejamento e gestão de trânsito Luiz Gustavo Correa analisa o número de acidentes na cidade. "Não devemos nunca esquecer que em algum momento do dia somos pedestres. E que, se não temos dificuldade para nos locomover, há quem tenha. Também por isso, a gentileza, o respeito e a paciência são fundamentais", comenta o especialista. 

Ao se referir às pessoas que têm dificuldade de locomoção, Correa ressalta outro dado alarmante: segundo o Infosiga SP, uma em cada três vítimas de atropelamentos no Estado de São Paulo são idosos com mais de 60 anos. 

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Ainda de acordo com o Infosiga, apesar da redução de 3,8% de óbitos por acidente de trânsito no primeiro semestre, no Estado, os índices de fatalidades com pedestres permanecem em alta. Em 2016 foram registradas 729 ocorrências entre janeiro e junho, contra 782 neste ano.

Mais da metade (56,9 %) dos acidentes aconteceram em vias municipais, o que reforça a necessidade de atuação nas áreas urbanas. E a maioria acontece à noite - o período concentra 57% dos acidentes.

Com tantas ocorrências, desrespeito por parte dos motoristas e dificuldades do poder público em lidar com tantos problemas, Correa aponta alguns pontos de atenção neste cenário. "É importante que o órgão responsável pela gestão do trânsito faça ações com vista a facilitar e aumentar a segurança para os mais vulneráveis. Faixa de pedestre, semáforo para pedestre, fiscalização dos estacionamento com prioridades aos mais vulneráveis, implementar programas de educação no trânsito para habilitados, etc.", finaliza o especialista. 

Precaução

Os números de acidentes com pedestres podem ser reduzidos com cuidados e atitudes simples. Com base nisso, o Detran-SP divulgou a seguinte lista de precauções: 
 
•    Não utilize telefone celular ou fones de ouvido enquanto estiver atravessando a rua, pois eles podem dificultar que você ouça carros se aproximando, por exemplo; 
•    Atravesse sempre na faixa e somente quando o sinal de pedestres estiver verde; 
•    Não atravesse entre os carros parados, mesmo que o sinal esteja fechado; 
•    Quando for atravessar a via com criança, sempre segure-a pelo pulso; e quando for atravessar a via com animais ou objetos volumosos, como sacolas, segure-os com firmeza para que os objetos não caiam ou o animal não fuja durante a travessia; 
•    Preste bastante atenção ao atravessar a via em faixas exclusivas para ônibus; e, ao atravessar em um ciclofaixa, verifique se não há ciclistas por perto; 
•    Ao cruzar as ruas durante a noite, procure sempre faixas de pedestres com iluminação; em rodovias, sempre use uma passarela; 
•    Ao descer do ônibus, espere na calçada. Não é seguro atravessar nem por trás nem pela frente do veículo. Deixe que ele siga, para que você tenha uma boa visão da rua. Outra dica: jamais desça fora do ponto. 

A Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto (Transerp) também foi procurada pela reportagem para informar o que tem sido feito em prol dos pedestres na cidade, mas não respondeu aos questionamentos do Portal Revide até o fechamento da matéria.

 


Foto: Paulo Apolinário

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