Suspensas, obras da Estação Catedral seguem polêmicas
Há notícia-crime no Tribunal de Justiça, comunicado de vereador e até informação de que o governo municipal tenta liberar obras no Condephaat
A suspensão das obras de construção das cinco estações de embarque e desembarque, no último dia 11 de abril, pelo Conselho de Defesa do patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), não encerrou a polêmica em torno do assunto. Há pedido de retirada dos tapumes das obras e até queixa-crime de descumprimento da determinação.
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) publicou nesta sexta-feira, 6, no Diário Oficial, o recebimento de uma queixa-crime apresentada pelo padre da Catedral Metropolitana, Francisco Jaber Zanardo Moussa, contra a prefeita Dárcy Vera (PSD).
A representação do religioso pede a apuração de eventual descumprimento da determinação do Condephaat “no sentido de se abster de realizar obras de intervenção urbana nas proximidades da Catedral, considerado como patrimônio histórico e cultural”.
A representação criminal, no entanto, foi feita no dia 19 de abril, recebida pelo TJ-SP no dia 26 do mesmo mês e só no dia 4 de maio foi cadastrada e distribuída para tramitar na 4ª Câmara de Direito Criminal, tendo o desembargador Ivan Sartori como relator. Procurado, o padre Francisco Moussa disse que não comentará o processo em andamento.
Já na sessão desta quinta-feira, 5, o vereador Rodrigo Simões (PDT), que presidiu na Câmara Municipal uma Comissão Especial de Estudo (CEE) sobre o assunto, protocolou um comunicado para que a Câmara informe o Consórcio PróUrbano da decisão do Condephaat. De acordo com o comunicado do vereador, mesmo com a suspensão das obras, os tapumes seguem instalados na Praça das Bandeiras, “atrapalhando a circulação de pedestres e o comércio ao redor da praça”.
Em discurso na tribuna, o vereador também afirmou que a prefeita Dárcy Vera foi a São Paulo tentar, no Condephaat, a liberação das obras. Ela teria ido juntamente com o secretário de Obras Públicas, Abranche Fuad Abdo. “Os tapumes continuam lá. A prefeita, tivemos informações, foi ao Condephaat nesta semana”, disse Simões.
O secretário Abranche admitiu ter ido ao órgão de proteção ao patrimônio, mas apenas para levar novas informações. Já o Condephaat informou ter recebido apenas o secretário, sem a prefeita, para um reunião com o presidente do Condephaat, José Eduardo de Assis Lefèvre. O órgão estadual também não revelou os motivos da visita.
Foto: Arquivo Revide
