Acusadas de estelionato da Cohab pegam oito anos de cadeia
Decisão do mês de março concluiu que elas praticaram o crime, pois acusadas nunca negaram o recebimento de dinheiro
Foram condenadas a oito anos de cadeia as mulheres que prometiam “arranjar” sorteios de casas da Cohab de Ribeirão Preto. A 2ª Vara do município condenou as três mulheres envolvidas no chamado “Golpe da Casa Própria”, em prática descoberta em 2012.
A empresária Marta Mobiglia, a arquiteta Maria Rosa Lopes Ferreira e Regiane Tura Innocente foram condenadas por extorquirem R$ 119 mil, induzindo as vítimas a pagarem para serem favorecidas nos sorteios de casas em conjuntos habitacionais.
Cada uma das envolvidas foi sentenciada a oito anos e quatro meses de reclusão, devido à grande repercussão do caso, de acordo com a juíza Carolina Moreira Gama, autora da sentença.
“Não só na vida de cada uma das tais cinquenta e quatro vítimas e familiares e isso para não dizer de outras tantas que não foram localizadas ou preferiram nem se identificar -, além do abalo provocado em extensão social, sendo daí merecida, além de fundamentada, a dosagem máxima”, decretou.
As vítimas – ao todo 54 - realizavam pagamentos entre R$ 1,5 mil e R$ 5 mil. A promotoria do caso apontou que o golpe teve grande notoriedade, e que conta com evidências relacionadas à aquisição de casas próprias e oriundas da Cohab, “nunca tendo nenhuma delas demonstrado que não se apoderaram, para si próprias, do dinheiro de todas as vítimas”, destaca o processo, que ainda cita que nenhuma das sentenciadas negaram receber dinheiro nestas ações.
As mulheres afirmaram que eram apenas intermediadoras e que, portanto, não tinham conhecimento de que seu comportamento pudesse caracterizar qualquer ilícito penal, do que fez referência a “trabalho como outro qualquer”. Os advogados das acusadas não foram encontrados para comentar o caso, em que ainda cabe recurso.
Foto: Arquivo Revide
