Setor sucroenergético em alerta na região de Ribeirão Preto
Dezembro pouco chuvoso aumenta preocupação do mercado em relação à produção de cana-de-açúcar
O acumulado de chuvas abaixo da média para o mês de dezembro na região de Ribeirão Preto começa a preocupar os especialistas do meio sucroenergético. Uma matéria da agência de notícias internacional, Reuters, alerta o mercado internacional que a baixa quantidade de chuvas começa a afetar a safra de alguns grãos e que, se continuar desta forma, pode ligar o sinal de alerta para a cana-de-açúcar.
"As chuvas irregulares no Brasil, que já estão afetando a safra de soja, também estão começando a afetar os canaviais, que nesta temporada são mais suscetíveis devido ao envelhecimento das plantas", avisa o veículo.
O mês de dezembro de 2018 foi mais quente e menos chuvoso do que o do ano anterior. O Boletim da Defesa Civil do Estado de São Paulo, mostra que Ribeirão Preto recebeu 111.6mm de precipitações neste mês. O número representa queda de 55% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando choveu 213.5 mm.
"A cana-de-açúcar geralmente é mais resiliente que a soja em meio à adversidade do clima. Ainda assim, chuvas abaixo da média e altas temperaturas são motivo de preocupação na indústria, que enfrenta perdas potenciais se tais condições persistirem", avalia a Reuters.
Apesar do cenário ruim ainda não passar de uma especulação, o diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Antônio Pádua, não descarta esta hipótese. "A possibilidade existe, mas não dá para afirmar que isso irá acontecer. Ainda é muito cedo, precisamos esperar janeiro, fevereiro e março para determinar isso."
Segundo Pádua, o dezembro menos chuvoso que o normal não foi uma exclusividade ribeirãopretana. Choveu menos nos estados do Mato Grosso e Paraná. “Atualmente os canaviais em Ribeirão Preto apresentam uma quantidade ideal de crescimento. O solo da região também ajuda, ele retém muita água e é bom para épocas com pouca chuva. Mas realmente, os índices de dezembro foram preocupantes”, explica.
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Foto: Arquivo Revide