Ar condicionado: vilão ou aliado?
Ar condicionado: vilão ou aliado?

Ar condicionado: vilão ou aliado?

Especialista conta detalhes sobres os perigos que o aparelho traz às pessoas

As primeiras semanas do país mostram que o calor tem sido intenso em diversos cantos do Brasil. Em Ribeirão Preto não é diferente, mesmo com a alta atípica das chuvas, a cidade continua com os termômetros lá em cima. O munícipio já registrou temperaturas superiores aos 36º C nesta temporada.

Com isso, é natural que o ar condicionado seja um companheiro inseparável em muitas casas e muitos escritórios. Mas nem sempre a invenção de Willis Carrier será benéfica para a saúde das pessoas, principalmente ao grupo dos alérgicos, que não é pequeno.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 35% dos cidadãos ao redor do mundo já apresentam algum tipo de alergia, percentual que só cresce. Na maioria dos casos a poeira é a principal responsável.

Para o médico Marcello Bossois, o ar condicionado, quando em funcionamento, reduz bastante a umidade e produz um ressecamento do local. “Com um ar mais seco, o ambiente acaba sendo prejudicial para quem sofre de alergia respiratória, provocando rinite, laringite, faringite e até a rinoconjutivite, que é a inflamação dos olhos”, comenta.

Mas os problemas não param nas alergias. Com o passar do tempo e com o uso constante do aparelho, os dutos e as tubulações do ar condicionado acumulam colônias de bactérias e até animais em decomposição, como no caso de insetos, pombos e morcegos. Ao respirar o ar contaminado, as pessoas dão espaço para o surgimento de diversas doenças, principalmente nas vias respiratórias, sobretudo nos pulmões.

Segundo Dr. Bossois, uma das bactérias mais perigosas encontradas nas tubulações é a legionella, que é a causadora de infecções agudas e pneumonia, podendo até levar à morte.

O Ministério da Saúde criou uma portaria que esclarece normas da higienização mensal dos aparelhos de ar. A limpeza deve ser feita com uso de um produto biodegradável notificado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

A limpeza não deve se restringir apenas ao filtro do aparelho, de acordo com a alergista Patrícia Schlinkert, mas o ar condicionado deve passar por uma manutenção a cada seis meses. “A sujeira acumulada pode ser bastante prejudicial às pessoas, especialmente aos idosos, que já são mais suscetíveis a infecções respiratórias”, alerta.

Vinicius Romeiro conta que não acha essencial ar condicionado em sua casa, pois, no local existem ventiladores espalhados por todo cômodo. “Onde eu moro, o ar fica apenas no quarto de meus pais e são o suficiente para a nossa família”.

Ele diz que não faz diferença, mas que toma alguns cuidados. “Se é para ter um ar em casa, nós seguimos algumas recomendações indicadas pelo nosso médico. Mantemos ele em uma temperatura amena, evitando deixar o ambiente muito seco e o limpamos todos os meses, principalmente o filtro”.

 


Foto: Pedro Gomes

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